Postado às 05h11 | 02 Out 2020
Estado
O mundo assistiu estarrecido, esta semana, ao debate público entre Donald Trump e Joe Biden. “Eu senti, pela primeira vez, que vai ser difícil o Trump ganhar”, ponderou à coluna, Sergio Amaral, ex-embaixador do Brasil em Washington. Sua justificativa é objetiva. “Não apareceu no embate qualquer grande novidade que pudesse mudar o atual curso do voto americano”, explicou o diplomata.
É fato que as pesquisas mostram uma grande estabilidade nos números apurados até agora. “Todo período em que eu estive em Washington (saiu do cargo ano passado), a aprovação de Trump oscilou entre 37%, 41% e 42%. No início deste ano, houve uma oscilação a favor do presidente, mas, segundo o embaixador, a distância entre os dois candidatos nos EUA está estabilizada há várias semanas, em 7%. E para que isso mude seria necessária também mudança na atual estabilidade em relação aos possíveis representantes dos estados americanos. “Hoje, Biden teria 250 representantes a seu favor e Trump, 125.”
É opinião geral que Biden não mostrou estar intimidando Trump e tampouco se confundiu. Pesa a favor, o fato de Biden ter passado imagem de sinceridade, como por exemplo, sobre a questão difícil do seu filho reafirmando seu apoio a ele. “Poucos candidatos vem a público expressar este tipo de gesto”.
A pergunta que ainda está sem resposta é qual o número de eleitores Biden terá que ter a mais do que Trump para reduzir vantagem natural dada aos republicanos pelo sistema eleitoral EUA. Isto é, para evitar o que aconteceu com Hillary Clinton que contabilizou mais votos do que Trump.