Postado às 05h19 | 23 Dez 2020
Amanhã, véspera de Natal.
Na presença de familiares, cultivo com Abigail o hábito da “confraternização natalina”. Em 2020 será diferente, pelas cautelas sanitárias.
Na mensagem de Natal, que Abigail sempre escreve para meditação dos presentes, estarão algumas reflexões sobre o momento trágico, que vive a Humanidade.
Diz ela: “Terminamos o ano de 2020. Ano de turbulências, perdas e superações. Devemos a Deus o aprendizado e a capacidade de compreender, que o mundo é globalizado em todos os aspectos, inclusive nos sentimentos para com o outro. Vírus invisível, tornou visível a fragilidade humana, independente da nacionalidade, dinheiro e poder.
A luta pela vida foi primordial para o mundo cientifico. Era preciso união para buscar solução rápida no sentido de preservar a vida, trazer paz e tranquilidade. Estamos no mês do Natal, período em que paramos um pouco para refletir sobre nossas vidas. Logo mais teremos um Ano Novo, em que esperamos que o homem possa rever ações e conceitos para o bem comum.
O Grande Aniversariante do mês de dezembro nos deixou muitas lições que para muitos ficaram adormecidas nas páginas dos livros sagrados. Chegou a hora de dizer como no clássico natalino: “Então é Natal; E o que você fez? O ano termina; E nasce outra vez”.
Tem razão Abigail, ao lembrar que “tudo começa outra vez”, como na canção de Simone. Não há razão para desespero.
O vírus mortal trouxe o isolamento, mas proporcionou o amadurecimento. Não ficamos parados no tempo. Aprendemos a suportar o tédio, conviver com a solidão, valorizar momentos de vida, buscar a solidariedade, a união, a amizade, mesmo que de forma virtual.
A pandemia ensinou a superar amarguras e buscar a alegria. Esses sentimentos afloraram nas noites inquietantes, mal dormidas, que o isolamento trouxe. Aprendemos que um ano-calendário não é apenas para consumir (as vezes sem necessidade), passear, ou promover festas.
Para aqueles que perderam pessoas amadas, a palavra de conforto é o reencontro na Eternidade, após o aprendizado da despedida, que traz consigo a lição de valorização da presença dos que ficam, com o renascimento da esperança.
O bimbalhar dos sinos ensina que o Natal vai além do dia 25 de dezembro. É a Festa da Luz nova, acesa por José, Jesus e Maria, entre mugidos, numa estrebaria. Assim imaginaram os cristãos do século III, quando escolheram a data para comemorar o nascimento de Cristo.
No mundo conturbado em que vivemos, a mensagem natalina de maior profundidade é a fé na propagação dessa Luz, com força suficiente para conter a onda de violência, desigualdades e injustiças sociais.
Afinal, o desejo é que prevaleça o segredo daquele menino frágil de Belém: “Eu vim para que todas as pessoas tenham vida e vida em abundância”.
O “Feliz Natal” que desejo aos leitores e familiares está expresso no soneto de um desconhecido, a seguir transcrito:
“É NATAL!
Sempre que duas pessoas se perdoam mutuamente, é Natal.
Sempre que você mostra compreensão para com seus filhos, é Natal.
Sempre que você ajuda alguém, é Natal.
Sempre que alguém se decide a viver honestamente, é Natal.
Sempre que nasce uma criança, é Natal.
Sempre que você experimentar dar à sua vida um novo sentido, é Natal.
Cada vez que duas pessoas se amam com um amor limpo,
profundo e sincero, é Natal
Sempre que você se olha com os olhos do “coração”, com um sorriso nos lábios, é Natal.
Pois nasceu o AMOR, nasceu a PAZ”
Porque nasce a justiça
Porque nasce a Esperança
Porque nasce a Alegria
Porque nasce a Ternura
Porque nasce Cristo... no seu Coração”.