Postado às 05h22 | 21 Abr 2020
Reencontrar toda a família depois do isolamento certamente será motivo de festa. Valem beijos, abraços, risadas e uma boa dança. E o ideal é que representantes de todas as gerações arrisquem as coreografias. A dica é de pesquisadores de Israel. Segundo eles, avós e netos que dançam juntos, além de ficarem mais próximos, acumulam benefícios diversos. A melhora do humor e da mobilidade estão entre as vantagens, que são bem-vindas em qualquer fase da vida.
Para chegar à conclusão, os cientistas do Kibbutzim College e da Universidade de Haifa analisaram 16 pares de voluntários. Apenas mulheres participaram da pesquisa, apesar de ela ter sido aberta para todos os gêneros. As voluntárias gravaram os momentos em que dançaram juntas. Foram três sessões de dança livre, uma vez por semana, realizadas na casa das avós. Cada encontro durou de 10 a 15 minutos.
A equipe de cientistas analisou os vídeos, os diários escritos pelas participantes e as entrevistas feias com elas. Para as avós, a dança promoveu sentimentos positivos, melhorou o humor e a mobilidade. No caso das netas, mudou, principalmente, a forma como encaram o envelhecimento. Todas as participantes expressaram gratidão pela experiência e sentiram que o vínculo entre elas se fortaleceu.
Einat Shuper Engelhard conta que a familiaridade entre avós e netas foi fundamental para o sucesso da intervenção. Segundo a pesquisadora da Universidade de Haifa, as sessões “promoveram atividade física mesmo quando as avós estavam cansadas e fracas”.
As netas foram orientadas a respeitar as limitações das avós, as deixando descansar quando necessário. “Isso enfatiza a importância do relacionamento próximo e familiar como um meio de promover novas experiências, o que ocasionalmente pode parecer impossível para a pessoa idosa”, enfatiza a autora do estudo, publicado hoje na revista Frontiers in Psychology.
A cientista explica que a dança foi escolhida por ser uma atividade de baixo custo e com benefícios já comprovados para os idosos. Entre eles estão a melhora da força muscular, do equilíbrio e da resistência, além da prevenção da ansiedade e da depressão.
A cada vez maior interação entre pessoas de diferentes idades também pode deixar a atividade ainda mais estratégica. “O aumento da proporção de idosos na população, junto com o aumento da faixa etária dos netos adultos, exige criatividade e inovação no fornecimento de diversos recursos e apoio”, justifica, em comunicado, Einat Shuper Engelhard.
Apesar da quantidade de benefícios, vale incorporar a dança com os avós à rotina depois da epidemia do novo coronavírus. Isso porque os idosos são mais vulneráveis à Covid-19. A equipe também cogita a possibilidade do uso da atividade como suporte comunitário acessível. Nesse caso, também é preciso esperar que as atividades do seu bairro ou da sua cidade voltem à normalidade para propor uma atividade do tipo. (CB)