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Democratas de Comitê dos EUA se opõe a qualquer acordo comercial com o Brasil

Postado às 04h23 | 04 Jun 2020

O presidente do Comitê de Assuntos Tributários ("Ways and Means), Richard E. Neal, e outros deputados do Partido Democrata desse órgão expressaram nesta quarta-feira, 3, sua "forte oposição" a que os Estados Unidos expandam sua parceria econômica com o Brasil "sob a liderança do presidente Jair Bolsonaro". Em comunicado no site do comitê, o grupo informa que enviou uma carta ao representante comercial americano, Robert Lighthizer, na qual detalham os "vários" motivos para considerar "inapropriado" que o governo do presidente Donald Trump se envolva em discussões de parceria econômica "de qualquer escopo" com a administração Bolsonaro, que "tem desmantelado anos de progressos em direitos civis, humanos, ambientais e de trabalho nessa nação desde 2018".

Utilizando uma "retórica e ações repreensíveis", o governo Bolsonaro "tem demonstrado completo desprezo pelos direitos humanos básicos, pela necessidade de proteger a floresta Amazônica, pelos direitos e pela dignidade dos trabalhadores", dizem os deputados de oposição no comitê da Câmara dos Representantes. Eles ainda afirmam que o governo brasileiro tem um histórico de "práticas econômicas anticompetitivas", sem citar exemplos. Além de merecerem "condenação por si só", essas posições e ações demonstram que o Brasil sob o atual líder não poderia de modo crível estar preparado para assumir os novos padrões para direitos dos trabalhadores e proteções ambientais previstos no acordo fechado entre os EUA, o Canadá e o México, argumentam.

"Nós nos opomos fortemente a buscar qualquer tipo de acordo comercial com o governo Bolsonaro no Brasil", enfatizam os deputados. Segundo eles, isso minaria os esforços de brasileiros que buscam avançar no Estado de direito e na proteção aos direitos humanos, do trabalho e ambiental, além de preservar "comunidades marginalizadas". "Em vez disso, pedimos que você lide de modo agressivo com esses problemas, usando as ferramentas de fiscalização dos EUA e levantando-os com seus colegas brasileiros por meio de outros canais, mais apropriados", afirma ainda a nota, publicada no site do comitê, que também disponibiliza a íntegra da carta enviada a Lighthizer.

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