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Demissões à vista na aviação: nova proposta da Latam vai a votação e tendência é que seja rejeitada

Postado às 04h56 | 22 Jul 2020

Mariana Barbosa

Enquanto Gol e Azul já conseguiram reduzir a folha de pagamentos após um acordo coletivo de trabalho com sindicatos, na Latam, o impasse continua – e crescem as chances de demissão de 2,7 mil pilotos e comissários.

A Latam apresentou na noite de sexta-feira uma nova proposta de acordo coletivo para os aeronautas, mas não alterou o ponto mais polêmico e que enfrenta maior resistência do sindicato da categoria: uma redução permanente de salários. A proposta vai a votação pela internet a partir de quinta-feira e os trabalhadores têm até terça para aprovar ou rejeitar.

Caso seja rejeitada, a empresa poderá iniciar as demissões.

A nova proposta causou "indignação" na direção do Sindicato Nacional dos Aeronautas. – O sindicato não tem uma posição se aceita ou não a proposta. São os trabalhadores que vão deliberar. Mas temos direito de ter uma opinião. E a nossa visão é que a alteração permanente das regras de remuneração é algo injustificado –, diz o presidente do SNA, Ondino Dutra. 

A Latam é a única das empresas aéreas que ainda não aprovou um acordo coletivo de licenças não remunerada, redução de jornada e demissão voluntária para atravessar a crise provocada pela pandemia do novo coronavírus, que afetou fortemente as viagens de avião. Isso significa que ela está operando com a folha cheia de salários, enquanto Gol e Azul já estão com as novas regras da folha reduzida desde 1º de julho. 

A nova proposta da Latam traz melhores condições nas regras de licença não remunerada e demissão voluntária do que a proposta anterior, de 26 de junho. Mas a empresa condicionou a entrada em vigor das regras temporárias à aprovação de um segundo acordo, a ser votado em agosto, de redução permanente de salários. 

Os acordos de Gol e Azul foram aprovados por mais de 80% dos tripulantes, mas não tratam de mudanças de regras permanentes.

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