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Curiosidades: "Histórias da vida e da política"

Postado às 16h38 | 19 Jul 2024

Ney Lopes

Numa roda de amigos, jogamos conversa fora. Recordamos histórias vividas. Comigo lembrei algumas, a seguir.

O diabo – Era chefe da Casa Civil e fui representar Cortez numa inauguração em cidade do Oeste. Chegando ao município a prefeita decepcionou-se pelo fato do governador não ter ido. No discurso, ela referindo-se a mim afirmou: “Tem razão o “rinfão” que diz, o diabo quando não vem manda o secretário”.

Engano – Numa festa no município de Portalegre fui abordado por uma senhora, que abriu a mão e entregou um papel escrito, dizendo “veja seu nome é a hora de me ajudar”. No papel estava escrito “Flávio Rocha”. Devolvi. Ela de imediato abriu a outra mão e corrigiu o “engano”, afirmando: “Desculpe o seu nome está nessa outra mão e me entregou”.

Emoção (I) – Em 1994 fui humilhado como candidato a prefeito de Natal, a minha cidade, com uma votação irrisória. Fiz um plano sério, mas cidade não me ouviu. Votou em Miguel Mossoró, cuja plataforma era uma ponte Natal/Fernando de Noronha.

Emoção (II) -  Terminada a eleição fui a Colômbia receber uma homenagem como presidente do Parlatino. O Congresso colombiano, em sessão solene, outorgou-me a maior condecoração do país, ao som do hino nacional brasileiro. Abigail na plateia chorou. E eu também chorei, na mesa principal.

Aeroporto – Chegava de avião a Mossoró e descia na pista, com sol a pino. Um homem, apressado, com largo chapéu, suado, fisionomia agitada voltou-se para mim. e disse: “dr. pelo amor de Deus onde estão os deputados Flávio Rocha e Jessezinho. Preciso de auxílio urgente”. E logo dirigiu-se para os dois.

Surpreendido – O então senador José Serra (SP) encontra-se comigo em debates sobre propriedade industrial no Congresso. Certa altura, ele olha para mim e diz: “como é que você, nordestino, do RN, consegue ser relator de uma matéria tão importante como marcas, patentes, propriedade industrial? Completou: “ esse é tema para parlamentar de SP”. Anos depois José Serra tirou-me uma suplência de senador, por manobra escusa.

China – Visitava China em missão parlamentar. Após o jantar senti-me mal. O médico no hotel olhou o cardápio do jantar e opinou: “isso deve ter sido a sopa de cobra que o senhor tomou”. Realmente, confirmei que havia tomado aquela sopa, sem saber, que não é da nossa cultura.

Autoridade – O deputado Nelson Marchezan, “gaúcho”, voz tonitruante, sinais de autoritarismo, presidia uma CPI, na qual eu era o relator geral”. A certa altura, Marchezan dirige-se a mim no plenário cheio e determina com firmeza, que entregasse um relatório no prazo que ele fixava. Disse-lhe que não podia. O tempo era curto”. Ele não titubeou: “Lembre-se que sou o presidente da Comissão e determino esse prazo”. Retruquei, também sem titubear: “o senhor é realmente presidente da CPI. Mas se lembre que o senhor não preside o relator”. Ele irritadíssimo, calou-se.

Ulysses Guimarães – Estava com Abigail na Espanha, em Conferencia Interparlamentar. Lá também o deputado Ulysses Guimarães e sua esposa dona. Mora. Não tínhamos conhecimento próximo, mas durante a viagem nos aproximamos. Dona Mora disse que gostava muito da discrição de Abigail e pediu que ela a acompanhasse nas compras. Fixamos data para jantar em Brasilia. Mas, infelizmente, um mês depois, dr. Ulysses faleceu.

Nelson Carneiro – Como bom brasileiro me excedi na cota de compras na viagem que fiz, em companhia do senador Nelson Carneiro, a Assunção, numa reunião do Parlatino. Chegando ao Galeão empurrava o carrinho com bagagem e avistei um senhor alto, moreno, de óculos escuros que se caminhava em nossa direção. Parecia fiscal do aeroporto. Esfriei. Ao chegar, o cidadão dirigiu-se ao senador Nelson, abraçou-o chorando intensamente e dizendo entre lágrimas: “obrigado senador. Refiz a minha vida conjugal, com filhos, graças ao senhor.”. Por isso, não fui incomodado com a alfandega. O senador fora o autor da lei do divórcio no Brasil.

Fidel – Estive com o Presidente Fidel algum tempo, numa casa em área campestre, perto de Havana. Dizia-se, que ele mudava local de residência para dormir diariamente. Exaltou o Brasil, mas disse que as eleições brasileiras eram como filmes da Metro, coloridas, mas escondiam muita influência do poder econômico.

Raymundo Faoro – Advogava em Natal, após ter sido atingido pelo arbítrio do AI5. A OAB local pediu-me que fizesse uma palestra sobre direito econômico em Encontro organizado pela entidade. Estava presente o professor Raymundo Faoro, presidente da OAB nacional. Ao término da minha exposição, ele chamou-me e disse que me convidava para ser um dos palestrantes do encontro nacional da OAB que se realizaria em Curitiba. Foi um momento gratificante, depois de tantas injustiças.

Hoje na história

Dia Internacional do Trabalhador Doméstico

1902- É fundado o primeiro time de futebol do Rio de Janeiro. O Fluminense Footbal Club.

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1969 – Ontem, dia 20 de julho de 1969, o homem conseguiu o grande feito de ir até a Lua

 

 

 

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