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Cuba e coronavírus: o que se sabe sobre a vacina que está sendo desenvolvida no país

Postado às 04h56 | 13 Mar 2020

A notícia de que Cuba estaria desenvolvendo uma vacina contra o Covid-19 se espalhou nas redes sociais nesta quinta-feira. Mas o que se sabe até agora sobre isso? Em uma entrevista à TV estatal, o ministro de Saúde Pública, José Ángel Portal Miranda, de fato adiantou que o grupo BioCubaFarma está trabalhando em um projeto para desenvolver uma vacina contra o coronavírus que será submetida à avaliação da China.

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O jornal oficial Granma também destacou que "grupos estão trabalhando em projetos de vacinas contra outros vírus semelhantes", que poderiam ser adaptados ao coronavírus. Sem dar mais detalhes, o jornal anunciou que alguns protótipos já estariam em andamento e em breve seriam testados em humanos. Não há, no entanto, nenhum prazo para que isso aconteça.

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Além da vacina, Cuba também vem desenvolvendo um antiviral contra o coronavírus, chamado cigb 210. Os dois governos ainda vêm trabalhando em conjunto para a produção do Interferon alfa 2B (IFNrec), um dos 30 medicamentos escolhidos pela Comissão Nacional de Saúde da China para curar o problema respiratório. Desenvolvido em Cuba, o medicamento, no entanto, não é novo: já é usado contra outras doenças virais como HIV e hepatite.

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Graças a uma parceria entre os dois países, a fábrica chinesa-cubana Changheber, em Jilin, na China, produz desde janeiro medicamento, com o uso da tecnologia cubana. Não se sabe, no entanto, quais foram os resultados comprovados contra o coronavírus até agora.

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O consultor científico da BioCubaFarma, responsável pela fabricação do remédio, Luis Herrera Martínez afirmou em entrevista à TV estatal cubana que a escolha do medicamento se deu porque ele é eficaz contra vírus com características semelhantes às do novo coronavírus. Segundo o especialista, a medicação impede que os casos evoluam para quadros graves.

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"A Comissão de Saúde da China selecionou nosso produto entre os usados na luta contra os coronavírus", confirmou a Presidência cubana em sua conta no Twitter.

Três turistas infectados

Na quarta-feira, três turistas italianos foram os primeiros casos confirmados do novo coronavírus na ilha. Eles estão isolados desde terça-feira, quando foram diagnosticados. A evolução dos pacientes é favorável, segundo o Ministério da Saúde.

O ministério garantiu que mantém sob vigilância e controle epidemiológico "as pessoas identificadas como contatos, que permanecem assintomáticas".

Os turistas italianos estavam visitando a cidade colonial de Trinidad, a 350 km de Havana, quando foram detectados com "sintomas respiratórios" pelos serviços de vigilância do país e transferidos "imediatamente" para o Instituto de Medicina Tropical Pedro Kourí (IPK).

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