Postado às 06h21 | 01 Ago 2022
Ney Lopes
Ao perceber que precisa agregar mais apoiadores, para atingir o objetivo de ganhar no primeiro turno, o petismo entendeu que era impossível o apoio oficial do MDB para possibilitar o acesso ao dinheiro do Fundo Eleitoral e espaço na TV.
Agora, a operação petista é cooptar os pré-candidatos André Janones (Avante) e Luciano Bívar do “União Brasil”.
Janones conversa esta semana com Lula e faz a exigência que seja mantido como política de governo o valor de R$ 600 do Auxílio Brasil, com o dobro do valor para mães que sustentam a família.
Outro pedido seria o aumento do atendimento e dos recursos destinados à saúde mental no Sistema Único de Saúde (SUS).
Nos bastidores fala-se que o desejo de Janones é ser ministro da Saúde, se Lula ganhar.
Já Bívar ouve de Lula a falácia de que ele sendo eleito deputado federal por PE, seria presidente da Câmara com apoio do PT e aliados.
Sem dúvida, como já afirmei, proposta de “vendedor de terreno na lua”.
De agora por diante, tudo é incógnita.
As últimas pesquisas mostram que Bolsonaro ganhou certo poder de fôlego.
A sua esperança é penetrar no eleitorado mais pobre, a base do Auxílio Brasil.
Ocorre, que estratégia em política muda muito e nem sempre alcança os objetivos pré-traçados.
No Nordeste, por exemplo, o sentimento de gratidão nos grotões em relação ao presidente Lula, faz com que dificilmente o voto não seja dado ao petista.
Diante da oscilação na disputa presidencial, Simone Tebet abre espaço para insistir na sua candidatura.
E Ciro Gomes também, embora ambos ainda “patinem” nas pesquisas.
Uma coisa é certa: sozinhos os dois não conseguirão furar o bloqueio do radicalismo, representado por Bolsonaro e Lula.
Fazer o que?
Difícil dizer.
Mas, o “fato novo” seria Ciro Gomes e Simone Tebet sentarem-se numa mesa.
Ao que se sabe, não há antagonismos intransponíveis entre ambos.
O principal da conversa resume-se em definir as linhas para a proposição de um pacto de união nacional, discutido na campanha e implantado após a eleição.
Definidas as diretrizes desse pacto, à semelhança do que ocorreu no passado no Chile e Espanha, a sociedade brasileira seria despertada para o que poderá acontecer “no dia seguinte à eleição”, caso um candidato radical ganhe a eleição.
Não será difícil mostrar o caos em que ficaria o país, na economia e até na segurança coletiva.
Pelo que se observa, ganhando Lula ou Bolsonaro, no outro dia começaria a “caça às bruxas” para dar o “troco”.
A onerosa conta seria paga pelo povo brasileiro, mergulhado numa crise de proporções inimagináveis. Veja-se o exemplo recente do Chile.
Quanto a quem seria candidato, se Ciro, ou Tebet, é uma questão a ser construída através da arte política.
O que precisa agora é tentar salvar o país do abismo do radicalismo.
E somente Ciro e Simone Tebet, por já serem candidatos, podem enfrentar esse tema, através da pregação de uma união nacional.
Portanto, eles deveriam conversar, o mais rápido possível.
Afinal, é válido o conselho de Jorge de Altinho no seu samba: “andorinha só não faz verão”.