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Confinamento termina em Wuhan após 77 dias e centenas de moradores deixam a cidade

Postado às 16h33 | 07 Abr 2020

Centenas de pessoas foram, na noite desta terça-feira (7), à estação de trem de Wuhan, onde teve início a pandemia da covid-19, prontas para deixar a cidade após dois meses de confinamento absoluto, constataram jornalistas da AFP. Por via rodoviária, centenas de pessoas também deixaram a cidade.

À 0h desta quarta-feira (13h de Brasília) foram suspensas as restrições que impediam a saída desta metrópole de 11 milhões de habitantes, um passo fundamental para o fim da crise de saúde na China. As pessoas que estavam em Wuhan em 23 de janeiro ficaram presas, quando as autoridades anunciaram que ninguém poderia sair da cidade até nova ordem.

Na estação de trem, a agitação reinava entre os que esperavam seu trem para ir embora.

— Faz 77 dias que estava preso! — exclamou um homem que não quis dar seu nome, impaciente para voltar a Changsha, a cerca de 350 quilômetros de distância.

Dois policiais lembravam aos viajantes das medidas de higiene e a necessidade de manter um metro de distância, enquanto os alto-falantes transmitiam mensagens chamando Wuhan de "cidade de heróis".

Nesta terça-feira, pela primeira vez em meses a China informou que não houve nenhuma morte vinculada à covid-19. Wuhan é a cidade que mais sofreu com a pandemia: mais de 2,5 mil pessoas morreram em hospitais, de um total de pouco mais de 3,3 mil em todo o país.

O novo coronavírus apareceu em Wuhan no final de 2019. Muitos dos casos pareciam vinculados a um mercado com todos os tipos de alimentos à venda, desde peixes e frutos do mar até animais selvagens.

O confinamento foi total, até que as autoridades anunciaram que o surto da nova doença havia sido interrompido. Pouco a pouco, a proibição de sair de casa foi sendo levantada em Wuhan. E, depois, nos entornos da cidade.

No entanto, o número de voos e trens que saem é limitado no momento. Além disso, as autoridades locais mantêm certas restrições para impedir uma segunda onda da pandemia.

Como sinal de sua vigilância, a prefeitura retirou o apelo "sem epidemia" para 70 áreas da cidade, criado para recompensar os esforços dos habitantes. As autoridades locais justificaram essa decisão devido à descoberta de pessoas assintomáticas, ou seja, que não mostraram nenhum sinal da doença, como tosse ou febre, mas que ainda podem transmitir o vírus.

A China relatou seu primeiro morto em 11 de janeiro. Desde então, cerca de 82 mil pessoas foram infectadas, de acordo com dados oficiais.

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