Postado às 11h54 | 26 Set 2022
Essa eleição de 2022 tornou-se extremamente sofrida para mim.
A causa não é ambição de poder, ou frustração.
Até porque, sem nunca ter tido o “aval” dos grupos políticos dominantes no estado, consegui com a ajuda de Deus, alguns familiares e amigos, exercer na vida pública seis mandatos de deputado federal, primeira suplência de Senador, vice prefeito de Natal, presidente do único organismo parlamentar da América Latina (PARLATINO), copresidente do Parlamento Europeu - Latino Americano, presidente de várias Comissões Técnicas no Congresso Nacional, relator de matérias relevantes para o país e ser incluído na classificação de parlamentar eficiente, por órgãos de imprensa (VEJA, ISTO É, ESTADO, GLOBO, FOLHA outros), além de instituições como a CUT e CNI.
Sempre preservei o diálogo democrático, convivendo com todas as correntes de pensamento e defensor da legalidade constitucional.
Tenho, portanto, a consciência do dever cumprido.
Por tudo isso, não há razões para frustação, mas sim agradecimento, por tudo que consegui realizar, sem nunca trair ninguém.
Mesmo assim, afirmo que a eleição de 2022 é extremamente sofrida.
Explico.
Militei na política por espírito público, para servir a coletividade, com ideias e propostas.
Basta ver os projetos e ações que aprovei em benefício do povo (o crédito educativo é um exemplo expressivo).
Com experiencia e saúde, achei que 2022 não seria hora de me aposentar.
Coloquei-me ao dispor do grupo político a que pertenci.
Nunca houve o mínimo espaço liberado.
Fui mais prestigiado por opositores tradicionais, do que por esse grupo, que me desconheceu e humilhou.
O fato lembra um empreendedor, que constrói a sua empresa com obstinação e ver a falência causada pela concorrência desleal de antigos parceiros.
Com a disposição de oferecer o meu nome como opção, tentei a candidatura de Senador pelo Partido da Mulher Brasileira, legenda pequena, mas que me acolheu.
Conhecia as minhas limitações de apoios de colégos eleitorais e recursos econômicos.
Mas resolvi contribuir com o debate democrático, sabendo que seria luta de David contra Golias.
Iniciada a pré-campanha ao Senado vi as portas se fechando.
Alguns que me estimularam a entrar na luta, logo saltaram para apoiar adversários, sem explicação, até hoje.
De forma premeditada esvaziaram e enfraqueceram a minha candidatura.
Levaram-se a falta do oxigênio mínimo de solidariedade e apoio, em momento traumático, quando perdera um filho e a minha mãe.
Fiquei sozinho, apenas com familiares próximos e amigos leais.
Sai da disputa.
Daí a explicação do sofrimento de não poder contribuir com ideias e propostas em benefício do RN e do Brasil e, ao mesmo tempo, ser obrigado a assistir a atual campanha acéfala, vazia, sem rumo, a base desaforos recíprocos.
Os candidatos em disputa, regra geral, nasceram dos acordos subalternos, em troca unicamente de interesses e favores garantidos por “baixo do pano”.
Predomina a corrupção exposta ao sol do meio dia, manifestada pela cooptação de apoios, notórios excessos e abusos do poder econômico e político.
Os personagens beneficiados pela trama justificam os seus comportamentos se autointitulando agregadores, pragmáticos, servidores do estado e pessoas de bem.
O resultado é o “vale tudo”!!!!
Um vale tudo como nunca ocorreu na história política do RN.
Se tivesse sido candidato, pretendia ter posição diferente, totalmente voltado para o debate de temas do interesse público, sem exacerbar radicalismos de direita, ou esquerda.
As pedras e traições súbitas impediram que essa contribuição fosse dada, ganhando ou perdendo.
Vivi lições de vida, que surpreenderam até na idade em que me encontro.
Por todas essas circunstâncias preferi o recesso, até para comentar o que acontece.
Se Deus permitir, voltarei após as eleições, para acompanhar e opinar sobre o “day after” eleitoral.
Quem sabe, possa entrar em mais detalhes de tudo que presenciei, com nomes e sobrenomes..
Até breve!