Postado às 07h45 | 05 Jul 2020
Muito antes da internet facilitar o compartilhamento das nuances da vida cotidiana, os jornais locais e outras publicações regionais publicavam notícias acerca dos negócios, da sociedade e dos deveres cívicos das pessoas da comunidade. Para quem busca encontrar as raízes de sua família, encontrar um ancestral em um velho jornal microfilmado e ler relatos contemporâneos de sua época na peça da escola ou no campeonato de boliche de todas as cidades oferece um vislumbre do passado que é tem muito mais textura do que um gráfico de nomes e datas.
Adotar uma abordagem mais narrativa da história da família pode ser um projeto de investigação demorado, sem resultados garantidos. Porém, depois de ter um nome e saber quando e onde a pessoa morava, você pode começar sua busca para descobrir como ela vivia. Veja como começar – e como a tecnologia pode te ajudar.
Se você está começando a "escalar" uma árvore genealógica e precisa de nomes para os galhos, um serviço de assinatura como o Ancestry ou o MyHeritage pode ser uma fonte fácil para começar a coletar informações. Além de bilhões de registros digitalizados (como dados do censo, registros eleitorais e religiosos), esses serviços incluem tutoriais, artigos, quadros de mensagens e outras ferramentas para ajudar você a aprender como encontrar sua gente.
Quando você coloca alguns nomes na sua árvore, também pode começar a receber dicas de possíveis parentes – até então desconhecidos – dos algoritmos do site ou de outros participantes do site para ajudá-lo. Se você não tem certeza de que deseja se comprometer com uma taxa de assinatura regular, teste um período de avaliação gratuita.
O orçamento está apertado? Nos EUA, é possível visitar o site do Arquivo Nacional e sua página “Recursos para Genealogistas” para obter informações quanto a como encontrar registros de terras, documentos de imigração e naturalização, dados do censo, documentos de serviço militar e muito mais. Embora nem todos os registros governamentais possam ser gratuitos ou digitalizados, o National Archives hospeda uma página de links de outros sites de genealogia onde você pode procurar informações. (Aqui no Brasil, o Arquivo Nacional e o Museu da Imigração podem ajudar nesse mesmo sentido).
Alguns ancestrais são mais difíceis de rastrear do que outros. Para famílias separadas pela escravidão ou negligenciadas pelo governo, o site possui uma seção de "herança étnica" com dicas para encontrar ancestrais afro-americanos, bem como para quem procura antepassados chineses, hispânicos, latinos, japoneses ou nativos americanos.
O FamilySearch, administrado pela Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, requer apenas uma conta gratuita para pesquisar bilhões de registros históricos. O Geni.com (de propriedade do MyHeritage) possui serviços básicos gratuitos de criação de árvores genealógicas e uma grande comunidade social que incentiva os participantes a trabalharem juntos.
Depois de encontrar seus ancestrais em lugares e anos específicos, procure por acervos dos jornais daquela mesma época. Negociações comerciais, atividades do governo da cidade, reuniões sociais e obituários eram frequentemente relatados em jornais dos séculos XIX e XX. Mas esteja avisado: além da escrita às vezes florida, os artigos de certas épocas e áreas podem estar repletos da misoginia, do racismo e da xenofobia atuais.
Se você tem antepassados estrangeiros, o site de genealogia Ancestor Hunt possui uma seção dedicada à busca de jornais históricos online, e o site Elephind permite pesquisar uma crescente coleção de jornais internacionais digitalizados. Alguns arquivos são gratuitos, outros cobram para visualizar as imagens microfilmadas e os recursos de pesquisa variam.
Newspapers.com é um arquivo com mais de 17 mil publicações digitalizadas datadas a partir dos anos 1700. Após o teste gratuito, as assinaturas começam com o valor de cerca de US$ 8 por mês, mas você pode pesquisar, recortar, salvar e imprimir os artigos encontrados. Aqui no Estadão, você pode acessar o nosso acervo.
Bibliotecas e sociedades históricas/genealógicas também podem ter livros e periódicos que registraram o desenvolvimento da área e as pessoas que moravam lá, embora você possa ter que visitar esses lugares pessoalmente para ver o material original, caso não tenha sido digitalizado. (Algumas bibliotecas também oferecem acesso gratuito aos serviços comerciais de genealogia.)
À medida que os assentamentos cresciam, os historiadores locais costumavam escrever livros que descreviam esse desenvolvimento e suas famílias fundadoras. Muitos desses volumes agora estão digitalizados em domínio público; pesquise no Google Livros ou no Arquivo online da cidade ou do município em questão.
Seus parentes também podem aparecer nos serviços de registros vitais dos estados onde eles moravam. O site RootsWeb oferece dicas em relação a como pesquisar em sua coleção de documentos oficiais de recursos estaduais e municipais dos Estados Unidos.
E, finalmente, se o enterro era uma tradição da família, tente o site Find a Grave, um banco de dados onde se pode fazer pesquisas de cemitérios, como o Newspapers.com, também de propriedade da Ancestry. O site ainda está crescendo e geralmente inclui obituários publicados e fotos de túmulos, para que você possa visitar remotamente e ver onde seus ancestrais, em última instância, estão./TRADUÇÃO DE ROMINA CÁCIA