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Com Lula solto, empresários se dividem sobre futuro da economia

Postado às 05h11 | 09 Nov 2019

libertação de Lula foi recebida pelo mercado com alta do dólar e queda da Bolsa, reflexo de uma preocupação imediata com risco institucional e incerteza generalizada. Mas na tarde desta sexta-feira (8), enquanto o ex-presidente fazia seu discurso de ataque à Lava Jato, empresários e altos executivos tiveram percepções desiguais, que variavam entre o receio de crescimento da insegurança jurídica até uma aposta no fortalecimento da agenda liberal do governo. 

Calculadora Para o investidor Lawrence Pih, “Lula está com sede de ajuste de contas e reforçará a oposição esquerdista”. Ele prevê que o país entrará em um período conturbado e afirma que o governo Bolsonaro está com apoio popular fragilizado atualmente. 

É a economia “Se as reformas de Paulo Guedes não passarem, o Brasil continuará com crescimento pífio e Bolsonaro pode desistir de seu sonho de segundo mandato”, afirma ele. “Cabe ao Congresso, focar na prioridade de aprovar o pacote do ministro.”  

Revisão Pih foi um dos primeiros empresários a apoiar o PT nos anos 1980. Passou a condenar o partido após denúncias de corrupção e erros de gestão, sendo também um dos pioneiros a fazer críticas públicas a Dilma Rousseff. 

Tempo ao tempo Felipe Miranda, sócio da Empiricus, pondera que ainda é cedo para fazer previsões e desenhar cenários concretos, mas cogita a hipótese de que a agenda liberal prevaleça. Ele espera que a reação inicial demonstrada pelo mercado nesta sexta-feira se neutralize.

Rebote “Acho que o mercado vai absorver o choque. Pode até ser positivo para as reformas e para Bolsonaro. Ele, em si, não representa nada. Ele é o anti-PT e precisa do antagonista. Talvez se crie um senso de urgência. Veja a Argentina. Se não acelerarmos o passo, podemos ter de novo essa turma no poder”, diz Miranda.

Oposição Gabriel Kanner, presidente do Brasil 200, grupo de empresários ligados a Bolsonaro, como Flavio Rocha (Riachuelo) e Luciano Hang (Havan), vê impactos negativos sobre o ambiente de negócios. “Causa insegurança jurídica e física. Não é só o Lula. Tem outros milhares de criminosos”, diz Kanner.  

Normal Há também os que não prevêem consequência significativa. “Não acredito que a soltura de Lula tenha algum impacto político ou econômico na vida do país neste momento”, disse Antonio Carlos Pipponzi, presidente do conselho da Raia Drogasi (Folha)

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