Postado às 06h03 | 24 Abr 2023
Mulheres têm cérebros mais ativos do que os homens
Ney Lopes
Lisa Mosconi é professora de neurociência e diretora do Programa de Prevenção de Alzheimer no Centro Médico Weill Cornell, da Universidade de Cornell, em Nova York.
Durante anos, se concentrou em estudar os cérebros de pacientes vivos e investigou as diferenças entre os cérebros de mulheres e homens.
A pesquisadora, respeitada no mundo científico, chegou a algumas conclusões.
Vejamos algumas delas.
Não existe cérebro típico de homem ou de mulher.
Os transtornos neurológicos e psiquiátricos afetam homens e mulheres, em taxas e proporções diversas.
Segundo a pesquisa, as mulheres são duas vezes mais propensas que os homens a serem diagnosticadas com transtornos de ansiedade ou depressão e três vezes mais propensas a desenvolver doenças autoimunes que afetam o cérebro, como a esclerose múltipla.
Os homens têm taxas mais altas de déficit de atenção e hiperatividade.
A mulher tem quase duas vezes mais chances de desenvolver Alzheimer, do que o câncer de mama.
Contrariando o que se pensa, a professora afirma que a doença de Alzheimer começa com mudanças negativas no cérebro, no início da meia-idade, entre 40 e 50 anos, e não na velhice.
Enquanto o câncer de mama é legitimamente reconhecido como um problema de saúde da mulher, a doença de Alzheimer não é.
Até hoje, a saúde cerebral das mulheres continua sendo uma das áreas da medicina menos pesquisadas, diagnosticadas, tratadas e financiadas.
Os cérebros das mulheres têm uma "reserva cerebral" maior do que os cérebros dos homens.
A reserva cerebral é a capacidade do cérebro de resistir a doenças, danos ou até mesmo ao envelhecimento.
Quanto maior a capacidade de reserva do cérebro, menor a probabilidade de distúrbios comportamentais.
Por exemplo, as mulheres pontuam mais do que os homens em testes de memória em qualquer idade, mesmo depois de desenvolverem demência.
Lisa Mosconi relata em seu livro ("The XX Brain" ("O cérebro XX"*), elaborado com base na pesquisa, que ninguém falava sobre os efeitos da menopausa no cérebro.
A pesquisa revelou essa conexão e atualmente é discutida cientificamente a saúde cerebral feminina.
A título de orientação preventiva, a pesquisa aponta uma série de cuidados que toda mulher, independentemente da idade, pode ter para proteger a saúde do cérebro: abster-se de fumar, estar fisicamente ativa, ter uma dieta rica em plantas, reduzir o estresse, dormir o suficiente e evitar toxinas ambientais.
Todas essas são ótimas maneiras de apoiar a saúde feminina do cérebro e também reduzir o risco de demência no futuro.