Postado às 05h48 | 25 Mar 2020
Em seu terceiro pronunciamento em rádio e televisão sobre a crise do novo coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro voltou a minimizar na noite desta terça (24) a gravidade da doença. Ele comparou novamente a Covid-19 a uma "gripezinha" ou "resfriadinho" e pediu para prefeitos e governadores "abandonarem o conceito de terra arrasada", que, para ele, inclui o fechamento do comércio "e o confinamento em massa".
"O grupo de risco é o das pessoas acima de 60 anos. Então, por que fechar escolas? Raros são os casos fatais de pessoas sãs com menos de 40 anos." Bolsonaro ainda atacou a mídia, que, para ele, criou um ambiente de pavor, e voltou a criticar governadores. Ao mesmo tempo, entrou em contradição ao parabenizar a imprensa pela ajuda.
Depois, disse que o Brasil não pode parar e afirmou que as autoridades devem evitar medidas como proibição de transportes, o fechamento de comércio e o confinamento em massa. “Nossa vida tem que continuar. Os empregos devem ser mantidos. O sustento das famílias deve ser preservado. Devemos, sim, voltar à normalidade”, destacou. Mas afirmou em seguida que vai acatar orientações do Ministério da Saúde — que recomenda o isolamento.
A fala do presidente foi acompanhada por panelaços em várias cidades, inclusive em Curitiba, em diversos bairros, de norte a Sul da cidade. São Paulo, Porto Alegre, Belo Horizonte, Salvador e Rio de Janeiro também registraram panelaço.
A nova doença causou até o momento 46 mortes no Brasil. Há 2.201 casos confirmados de coronavírus. O primeiro óbito foi registrado no dia 17 deste mês.
Bolsonaro minimizou em diversas ocasiões os impactos do Covid-19 e criticou medidas de restrição de movimento que têm sido adotadas por governadores. Ele já se referiu à enfermidade como “gripezinha” outras vezes. Ele também desrespeitou a quarentena, depois que chegou dos Estados Unidos, e abraçou correligionários em Brasília no dia 15 de março.