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Bolsonaro é uma figura tóxica no Ocidente

Postado às 07h24 | 01 Nov 2021

Guga Chacra

Jair Bolsonaro sempre se coloca como um defensor da civilização ocidental. Não apenas o presidente, como também muitos de seus seguidores, incluindo o ex-chanceler Ernesto Araújo. Ironicamente, como vimos na reunião do G-20 em Roma, que acabou neste domingo, os líderes de nações do Ocidente, como França, Canadá, EUA e Reino Unido, querem distância do líder brasileiro, visto como um pária internacional. É uma figura tóxica, com posição classificadas como extremista, mais em sintonia com países como a Arábia Saudita e os Emirados Árabes. Mesmo Israel, com uma nova administração, se distanciou do governante brasileiro que sempre adorava puxar o saco de Benjamin Netanyahu quando o então premier estava no poder.

Podem dizer que é exagero, mas vivo no exterior há 16 anos e nunca vi um estrangeiro com uma imagem positiva de Bolsonaro, que é conhecido. Todos o enxergam como uma pessoa repugnante, radical, anticiência, antivacina e destruidor da Amazônia. Por mais que insista e distorções e falsidades em entrevistas para a imprensa estrangeira, chegou a um patamar no qual é impossível reverter a sua péssima reputação, que ele próprio admitiu ter em conversa com Angela Merkel.

O estrago para o Brasil já está feito. Demorará anos para o país conseguir a ser visto novamente de forma positiva em outras partes do mundo, se é que vai conseguir. Destrói o Brasil como Maduro destrói a Venezuela. Somos o inverso da Coreia do Sul e da Nova Zelândia, que passaram a ser admirados internacionalmente nos últimos anos. Bolsonaro é o maior desastre da história do Brasil em política externa. Para completar, o presidente brasileiro não comparecerá à COP-26 em Glasgow, demonstrando mais uma vez a sua falta de preocupação com as mudanças climáticas, uma das maiores ameaças para a humanidade.

 

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