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‘Bolsonaro dos extremos’ não teria apoio do DEM em 2022, diz ACM Neto

Postado às 05h28 | 30 Nov 2020

ACM Neto: "Não sei se Luciano Huck será candidato a presidente da República"

GLOBO

Para o presidente do DEM e prefeito de Salvador, ACM Neto, é preciso aguardar e saber se o presidente Jair Bolsonaro dará uma guinada em seu governo “buscando o equilíbrio” e a moderação antes de definir um eventual apoio à sua chapa para reeleição em 2022.

O DEM é o partido que mais cresceu nestas eleições municipais e terá 462 prefeituras em 2021, resultado que o alçou ao posto de quinta maior legenda. Neto diz que não há definição sobre se o partido irá lançar um candidato próprio para presidente, mas diz que o Bolsonaro “dos extremos”, dos dois primeiros anos de governo, não tem apoio do partido.
Leia abaixo a entrevista concedida ao GLOBO.

A eleição de Eduardo Paes no Rio tem mais a ver com o fracasso de Crivella do que com os méritos do partido? Qual a proposta do DEM para o Rio de Janeiro, para que esses votos se transformem em um crescimento orgânico para o partido?

É a combinação das duas coisas. De um lado, o desgaste do Crivella, a péssima gestão que ele fez, a rejeição altíssima que ele tem. De outro lado, os méritos do Eduardo, que foi um prefeito com muitas realizações. A figura do Eduardo como prefeito sem dúvida é uma vitrine nacional, e a gente acredita muito na capacidade dele de virar o jogo do Rio.

O Rio passou esses últimos anos por crises políticas enormes, talvez tenha sido o estado, a cidade que mais sofreu com os problemas da política. A gente tem uma grande oportunidade. Essa será uma enorme vitrine do partido. Além disso, tem a figura do Rodrigo (Maia), que é uma figura nacional que também é do Rio. Sem dúvida, o resultado da eleição abre uma porta para o Democratas no Rio e é uma vitrine.

Vai projetar o partido para 2022?

É mais uma vitrine, uma das mais importantes. Vamos avaliar os maiores colégios eleitorais do país: em São Paulo, temos o vice-governador, Rodrigo Garcia, potencial candidato a governador. Em Minas Gerais, o Rodrigo Pacheco, líder no Senado, potencial candidato a governador. O terceiro é Rio de Janeiro, vamos ter o prefeito da capital. O quarto é a Bahia, onde existe uma possibilidade grande da minha candidatura ao governo.

O Rio se incorpora nesse contexto nas principais vitrines do partido, e como a situação política no Rio nos últimos anos foi muito ruim, com todo esses desgastes, escândalos e prisões, com certeza haverá uma atenção maior para o Rio e consequentemente isso aumenta a responsabilidade do Eduardo Paes de fazer um grande trabalho e de esse trabalho repercutir.

Alguns prefeitos atribuem o crescimento do DEM à facilidade de liberar recursos no governo, à melhor interlocução com o governo federal. O senhor acha que esse acesso à máquina ajuda o partido a cre

O resultado nas cidades menores pode ter alguma relação com parlamentares do Democratas terem acesso aos governos, mas o impacto nas cidades médias e grandes é completamente diferente. Você não pode atribuir o resultado nas capitais à liberação de recursos federais.

Em todo partido, quando se coloca a lupa, a realidade é a mesma. No Democratas o peso das cidades médias e grandes é proporcionalmente maior, então não é correto afirmar que o crescimento do partido se deu porque tem acesso a recursos do governo.

As eleições em Salvador são um prenúncio do sucesso de uma candidatura do senhor ao governo em 2022, mas a popularidade do governador Rui Costa é alta e eleição para governo é diferente da municipal. É possível segurar o capital político do DEM até 2022?

A gente teve um resultado excepcional no estado todo, não foi apenas em Salvador. Das 50 maiores cidades, quando você observa Democratas e partidos aliados — porque hoje eu tenho 15 partidos ao meu lado — das 50 maiores cidades, nós ganhamos metade.

E a eleição em Salvador traz uma lição para o Brasil. Tem um governador e um prefeito muito bem-avaliados e os dois são adversários políticos. Ou seja, boa parte das pessoas que avalia bem o Rui Costa também me avalia bem. No fundo, tirando os ideológicos, a maior parte do eleitorado não quer saber se o sujeito é do partido A ou B, de direita ou de esquerda. Quer saber se o sujeito entrega, se tem gestão. Se tem competência. Ponto.

E o senhor seria o candidato?

Uma candidatura minha ao governo seria natural, mas eu não conversei isso com o partido ainda. Nós temos que ao mesmo tempo discutir os projetos estaduais e o projeto nacional do partido, e vamos discutir isso a partir do começo do ano que vem. Nós tínhamos um pacto de não tratar de 2022 até fechar esse ano.

Mas o senhor já conversou com o (Luciano) Huck sobre 2022…

Não, sobre 2022 nós não começamos a conversar ainda. O que eu posso afirmar é que o Democratas não tem compromisso firmado com ninguém. Nós temos três caminhos. Primeiro, uma candidatura própria, de alguém do partido ou alguém de fora. Segundo, ter relevância na construção de um projeto com outro partido. Ou não ter candidato a presidente da República.

São hipóteses que vão começar a ser discutidas a partir de agora. Converso com o Huck? Converso. Converso com o (governador de São Paulo, João) Doria? Converso. Assim como converso com o Ciro (Gomes), o Bolsonaro, com os principais atores envolvidos nesse processo, mas nenhuma dessas conversas girou em torno de um compromisso para 2022.

Mas é possível dizer que o partido abrigaria uma filiação do Luciano Huck?

A gente precisa ter cuidado para não tratar no campo da especulação de algo tão sério. Não sei se Luciano Huck será candidato a presidente da República. Essa tem que ser uma decisão dele. Se em algum momento ele decidir ser presidente da República e avaliar o DEM como opção, nós vamos tratar do assunto internamente.

Eu tenho excelente relação com ele, acho ele um grande quadro, acho que tem uma contribuição enorme para dar na vida pública brasileira, mas não posso especular. Essa não é uma decisão minha, é dele.

Essa abertura que o partido tem hoje com o Huck teria também com o ex-ministro Sergio Moro caso ele decida se candidatar?

Em vez de estar fulanizando, eu sou daqueles que acham que na vida pública, sobretudo na democracia, a gente tem que conversar com todo mundo. Eu não quero rechaçar conversar com ninguém. Aí começa “é o Moro, é o Huck, é o (ex-ministro Luiz Henrique) Mandetta, é o Doria, é o Ciro, é o Bolsonaro?”. Vocês só não me perguntam se não é o Lula porque sabem que não é. “Você cogitaria uma filiação do Moro?”. Não quero tratar nesse campo. Porque seria no campo de especulação, que não contribui nem para o partido nem para um projeto sério para 2022.

Mas então quando o presidente da Câmara Rodrigo Maia disse que Moro é de extrema-direita e não teria espaço no DEM, ele errou?

Cada um tem o direito de falar o que pensa. Eu não classifico fulano ou beltrano, não acho que essa classificação seja adequada. Eu não penso assim. Rodrigo tem o direito de pensar como ele pensa e falar o que ele falou, não tem problema nenhum. Eu não sei se colocaria Bolsonaro como extrema-direita, ou se seria mais adequado colocá-lo como direita. Então da mesma forma, não acho que seja adequado classificar o Moro assim ou assado.

Queria reforçar uma coisa que para mim está muito clara. Tirando uma parcela minoritária da população que tem essa identificação ideológica muito firme, muito forte, eu acho que o caminho não é por aí. Não é dos extremos, do radicalismo. É do diálogo e do bom senso.

E o DEM teria disposição a apoiar o presidente Bolsonaro, ou isso seria vetado?

Não posso falar em veto. O Democratas tem hoje a posição extremamente privilegiada de conversar com quase todo mundo. Eu tenho certeza que o partido caminhará numa linha de buscar uma candidatura de bom senso, de equilíbrio, de construção nacional.

Se o Bolsonaro for o Bolsonaro dos extremos, posso assegurar que não estaremos com ele. Se não for, não posso lhe dizer a mesma coisa. Seria vetada a discussão interna de uma hipótese de dialogar com Bolsonaro e o governo? Não. Não posso vetar isso, tem pessoas no DEM que defendem isso, e eu tenho que permitir que toda discussão interna aconteça.

Mas se for o Bolsonaro das bandeiras extremistas, do radicalismo, não. Mas não sei como ele vai imprimir o ritmo do governo nos próximos dois anos.

O que seria o Bolsonaro dos extremos, com quem não dá para compactuar?

O negacionismo em relação à pandemia acaba gerando um conflito grande com muita gente dentro do partido, inclusive comigo. Muitas vezes há posicionamentos na política externa com os quais não concordamos, que acabam restringindo e limitando a atuação do Brasil como um player global. Bandeiras e temas na área ambiental. Nós somos favoráveis à preservação do meio ambiente, às políticas de sustentabilidade.

Quando o governo se distancia disso também acaba se distanciando da gente. Mas existem temas que nos aproximam, como os relacionados à agenda econômica. Existem divergências e convergências, e é por isso que eu conduzi o partido a ter uma posição de independência.

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Mas em algum momento durante o mandato Bolsonaro mostrou capacidade para ser um presidente mais moderado?

Bolsonaro, nesses dois primeiros anos de governo, dificilmente teria o apoio do Democratas. Isso é um fato. Principalmente porque há críticas nossas em relação à condução dele nesse episódio da pandemia. Agora, eu não sei qual é a disposição dele para os próximos dois anos. Não sei qual é a construção que ele pretende fazer. Não sei qual é a condução que ele pretende dar ao governo e não acho que esses primeiros dois anos necessariamente já sejam suficientes para promover um julgamento definitivo do Bolsonaro.

Vai que ele surpreende e dá uma guinada no governo dele, buscando o equilíbrio, buscando o bom-senso, o diálogo e deixando de lado essas questões de extremos. Não estaria fechado a conversar com ele se essa fosse uma linha possível. Agora, efetivamente não é a linha de Bolsonaro dos dois primeiros anos.

Desde que Moro saiu do governo, vocês conversaram?

Não tive conversa com Moro, ao contrário do que já saiu por aí. Não tive e também não o procurei. Eu não condeno que se converse com Moro, só não aconteceu. Mas eu também não deixaria de conversar com Moro. Não vejo motivo para isso.

Moro tem alguma confluência com o DEM, em termos de bandeiras que ele coloca? Na bandeira anticorrupção?

Moro pode dar uma contribuição importante para o debate. Agora, honestamente, eu penso que o campo que ele tem para atuar, dado o histórico dele já está ocupado pelo Bolsonaro. Na política isso não é uma verdade universal, mas não pode deixar de ser apontado que provavelmente entre o original e o genérico, prefere-se o original. Não estou chamando o Moro de genérico de Bolsonaro. Agora, olhando essa perspectiva de futuro, o Moro não tem um caminho fácil para construir uma candidatura a presidente principalmente porque o campo que ele tem maior aderência e que a mensagem dele poderia chegar com mais força está hoje ocupado pelo Bolsonaro.

É um campo mais conservador?

É um campo de mais direita, apesar de não gostar de ficar taxando e nem carimbando ninguém. A população não tem uma imagem do Bolsonaro de uma pessoa desonesta. As pessoas não enxergam ele e nem o governo dele assim. Eu não acho que o discurso de combate à corrupção seja o mais forte para confrontar o Bolsonaro como foi para confrontar o PT, que teve o nome lameado com todos aqueles problemas, do mensalão e do petrolão.

A eleição de 2022 deve ser diferente do que passou. O que o senhor espera dela? Haverá espaço para um outsider, ou se repete um pouco as municipais, com a volta de políticos já conhecidos?

A eleição de 2018 foi um ponto fora da curva e não há parâmetro de comparação, por um série de coisas. Não se explica, dentro da lógica da política, a eleição de 2018. Ela se explica pelas circunstâncias em que ela se deu. Já a de 2022 será completamente diferente, a começar pelo fato de que terá um presidente que pode ser o candidato à reeleição, que não aconteceu em 2018 com (Michel) Temer.

E, segundo, a chamada nova política ficou velha rápido demais. Acabou, ninguém fala mais nisso. Acho que tendência para 2022 é que acha uma prevalência de uma construção política com base fundamentalmente em liderança e capacidade de gestão. Como o Bolsonaro pode ser o candidato à reeleição é claro que quando acontece isso, em geral, tem um debate muito em torno do que foi o governo dele e não sabemos ainda o que foi o governo dele. Nós sabemos o que foi os dois anos. E ele, no posto de reeleição, terá vantagem.

Há um temor em relação também a esse auxílio emergencial criado pelo governo e que pode ter aumentado a popularidade dele?

O auxílio segurou uma queda na popularidade. Em função da postura equivocada na pandemia, ele poderia ter caído muito mais do que caiu, e o que justifica fundamentalmente é o auxílio emergencial. Mas o auxílio vai acabar e ele tem um alcance, que na amplitude que foi, é circunstancial. A questão é: Bolsonaro terá capacidade de continuar trabalhando e agindo para esse beneficiário, para esse público que ele passou, com o auxílio emergencial, a sensibilizar? Não sabemos. A gente sabe que o país tem um problema fiscal sério de limitação das despesas públicas. Não se sabe da capacidade de gastos do governo.

O senhor concorda com essa análise de que o voto da classe média saiu do bolsonarismo nestas eleições e voltou para antigos candidatos? Acha que isso pode ter um efeito para 2022?

Eleição municipal é municipal. Bolsonaro trouxe desnecessariamente para o colo dele uma derrota que não seria dele. Quando assumiu a posição inicial de não se envolver, na minha opinião, ele estava certo. Mas depois ele se envolveu. Pediu voto e em geral os candidatos que ele apoiou perderam a eleição. Não perderam por causa do apoio dele. Mas na hora que ele apoiou e se meteu, trouxe pro colo essa derrota.

Ele errou?

Ele errou politicamente. O Crivella perdeu no Rio não por causa do apoio do Bolsonaro, mas pelo desastre do governo dele. O Russomanno não foi para o segundo turno não por causa do apoio de Bolsonaro, mas porque tem uma limitação de voto majoritário em São Paulo já conhecida. Então não se pode culpar o Bolsonaro por essas derrotas, mas na hora que ele se envolveu, ele trouxe para ele. Abre-se espaço para a leitura de que o bolsonarismo perdeu, mas quem perdeu foram esses candidatos. Mas ele trouxe para o colo. E não tem jeito, política é isso mesmo.

Na sua avaliação, essa eleição municipal não deixou uma sensação de que o bolsonarismo segue desorganizado?

Eles vão se organizar. A força da presidência da República é uma coisa monumental. Não se pode subestimar isso. Achar que Bolsonaro não vai ter partido para ser candidato ou para ter apoio ou ter tempo de tevê é não conhecer a política. Ele será um candidato forte e competitivo em 2022. Não estou dizendo que será meu candidato. mas se ele desejar ser candidato à reeleição, eles vão se organizar partidariamente.

O DEM ofereceu ou ofereceria legenda para Bolsonaro?

Nunca foi tratado esse assunto.

Pode vir a ser?

Não especularia sobre isso.

O governador de São Paulo, João Doria, é um nome que se coloca para 2022 e muita gente conta que o DEM está na base de partidos da candidatura do Doria. O que o senhor acha da candidatura do Doria e das viabilidade dele?

Qualquer governador de São Paulo, dada a importância do estado, naturalmente é um nome que tem de ser considerado e respeitado no processo. A posição que ele ocupa já o credencia para que esteja neste processo. Mas, agora, não há nenhum compromisso neste momento com ele, nem com o PSDB.

O nome do Doria poderá ser considerado e examinado? Claro, também poderá, não há restrição ou veto. Temos relação histórica com o PSDB que merece toda a minha consideração, porém não significa dizer que nós necessariamente estaremos juntos, porque não há compromisso nenhum com Doria.

Nós estamos abertos ao diálogo e a fazer diferença numa construção de um projeto, principalmente de um projeto que seja equilibrado e traga uma visão do país que seja adequada ao nosso lançamento, mas por enquanto sem falar em nomes.

O seu nome poderia ser colocado, como sugerem alguns aliados?

Eu fico feliz porque alguns partidos já me procuraram pedindo que eu avaliasse essa possibilidade. Não me excluo totalmente do processo, não. Agora, o mais provável é que meu projeto seja de uma candidatura a governador da Bahia. Como não iniciamos essa discussão dentro do DEM, sendo presidente do partido minha responsabilidade dentro desse contexto é ainda maior, não posso já me excluir de largada. Mas existem outros nomes no DEM que poderiam ser considerados nesse processo.

Quais são?

Citaria (Luiz Henrique) Mandetta, Rodrigo Maia e Ronaldo Caiado, que tranquilamente poderiam ser considerados no processo. Mas primeiro o DEM vai ter de discutir qual caminho seguir.

O DEM hoje ocupa as presidências da Câmara e do Senado. O senhor acredita que o Supremo vá liberar as reeleições, mesmo com a vedação expressa da Constituição?

Não posso especular sobre esse assunto. Tenho absoluta confiança no julgamento e na avaliação do Supremo, que tem independência e legitimidade no país, dada por todo o país, porque tem sempre agido da forma mais correta. Eu não vou tratar de hipóteses sobre um assunto tão importante.

Caso algum ministro peça para a votação ser presencial, não haverá decisão a tempo das eleições das mesas. Se isso acontecer, o senhor está disposto a convencer Maia a desistir da reeleição para garantir a presidência do Senado? Há a ideia de garantir a presidência pelo menos de uma das Casas?

Não tratamos de eleição no Legislativo até agora. Nosso foco era o segundo turno (das eleições municipais). Vamos começar nesta semana a tratar de eleições do Legislativo. Mas não posso especular sobre cenários antes que o Supremo tome sua decisão. O principal condutor do processo na Câmara é Rodrigo Maia. No Senado, Davi Alcolumbre. Em qualquer cenário. E é óbvio que pela posição que eles ocupam e pelo trabalho que fizeram, vão ter força política para serem decisivos nesse processo. Mas não posso especular porque não tratamos disso.

Entre aliados de Maia, há Aguinaldo Ribeiro, Baleia Rossi, Marcos Pereira, Luciano Bivar. O senhor tem preferência por algum desses nomes?

Não vou tratar disso. Rodrigo hoje é o maior articulador político do Brasil. É o cara mais preparado para articulação política do país. Ele vai ter capacidade de conduzir esse processo da forma como for. Mas não tratamos ainda de perspectiva e nem de nomes.

O senhor estaria disposto a procurar Bolsonaro para pedir apoio na candidatura de Rodrigo e Davi na presidência das Casas?

Não, porque o Legislativo é independente. Tanto Davi quanto Rodrigo em 2019 foram eleitos pela postura que fizeram dentro do Congresso, no Legislativo. E nesse quesito não pode deixar de reconhecer que Bolsonaro tem respeitado essa independência do Legislativo. Não penso que a decisão de quem vai ser o presidente da Câmara ou do Senado tenha de passar por um diálogo com o governo

Mas o governo trabalhou pela candidatura de Davi dois anos atrás...

Sim, havia uma simpatia maior pela candidatura do Davi, mas não foi decisivo. Não foi o governo que decidiu a eleição.

 

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