Postado às 07h34 | 05 Dez 2020
Diário Notícias, Lisboa
Numa altura em que a aprovação das vacinas e a consequente vacinação está na ordem do dia, muitos se perguntam quando o mundo voltará ao normal, ainda que os especialistas alertem de que é necessário continuar a tomar medidas de precaução ao longo do próximo ano.
Embora ainda seja difícil de estabelecer um prazo, o cofundador da Microsoft, Bill Gates, estimou numa entrevista no programa Today da NBC que os Estados Unidos poderiam "estar na estrada" para o velho normal na primavera de 2021.
"Os próximos quatro ou cinco meses parecem bastante sombrios, a não ser que possamos reforçar o nosso comportamento", comentou Gates, sabendo que os dados do seu país são muito preocupantes, até porque esta quinta-feira os Estados Unidos ultrapassaram 14 milhões de infeções e bateram o recorde diário de mortes: 3000.
Bill Gates apela para que as pessoas evitem reuniões e que utilizem máscara em qualquer lugar em que se possa estar exposto fora de casa.
Além das várias vacinas, Bill Gates está otimista em relação aos avanços dos tratamentos como os que são feitos com anticorpos monoclonais (que atuam ao imitar a capacidade do sistema imunológico de combater os vírus).
"Na primavera, esses recursos serão grandes o suficiente para que nos Estados Unidos se comece a mudar drasticamente e voltar ao normal", perspetivou.
Refira-se que as vacinas Pfizer e Moderna já solicitaram a aprovação e utilização emergencial à Food and Drug Administration com o intuito de impedir o avanço da pandemia o mais rápido possível. No Reino Unido, a autorização já foi obtida esta quarta-feira.
O governador de Nova Iorque, Andrew Cuomo, explicou esta quarta-feira que espera vacinar cerca de 170 mil pessoas até 15 de dezembro.
Na mesma onda de otimismo, o maior especialista norte-americano em doenças infecciosas, Anthony Fauci, acredita que em abril jovens saudáveis poderão ser vacinados.
A má notícia é que um elevado número de pessoas não quer ser vacinada. Segundo uma estimativa, 42% da população dos Estados Unidos não quer tomar a vacina. Por isso, os ex-presidentes Barack Obama, George W. Bush e Bill Clinton já se ofereceram para serem vacinados em frente às câmaras, de forma a sensibilizar o público de que a vacina é segura.
Bill Gates mantém a "esperança" de que mais e mais pessoas decidam vacinar-se no próximo ano. O cofundador da Microsoft garante que "mais notícias sobre muita gente estar a ter uma boa experiência e [uma vacina] poder estar a ajudar a não morrer" vão fazer com que os cidadãos acabem por optar por tomar as doses necessárias para que o tratamento faça efeito e crie imunidade de grupo - que, segundo Fauci, será alcançado quando 75% a 85% dos americanos forem vacinados.