Postado às 06h34 | 05 Abr 2020
Ibrahim Sued, em foto publicada no perfil de Ricardo Boechat no Facebook em 2015 - Reprodução Facebook
Elio Gaspari
Em novembro de 1972 o jornalista Ibrahim Sued lançou seu livro “20 Anos de Caviar” na pérgola do Copacabana Palace.
Barão do colunismo social, reuniu todo o Rio de Janeiro e autografou 1.012 exemplares.
As pessoas pagavam pelo livro e o dinheiro era colocado em caixas de charutos.
Quando a festa terminou, Ibrahim entrou no seu carro com as caixas debaixo do braço. A noite havia sido uma consagração daquele turco enorme, criado na pobreza do velho centro da cidade.
Ibrahim saiu do Copa em direção a Ipanema. Em todo o percurso, metia a mão na caixa de charutos e dava um punhado de notas a guardadores de carros ou às pessoas que perambulavam pela avenida Atlântica.
Um amigo que estava no carro disse-lhe: Ibrahim, desse jeito você vai detonar a renda da noite.
O “Turco” respondeu: É isso mesmo, o dinheiro tem que circular. Se não circulasse, não chegava a mim.
Quem puder pode repetir a lição de vida e de ciência econômica de Ibrahim.
Um teste feito no Hospital das Forças Armadas revelou que o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general da reserva Augusto Heleno, foi infectado pelo vírus. Sete dias depois, ele quebrou a quarentena, apareceu no Planalto e participou de uma reunião.
A Secretaria de Comunicação da Presidência informou que a bizarria decorreu de um erro de dois médicos. Conta outra doutor, pois esses seriam os únicos médicos capazes de interromper prematuramente uma quarentena.
Cumprido o isolamento, um novo teste revelou que estava saudável. Apesar de estar encarregado da segurança institucional da República, revelou alguns de seus dados pessoais, permitindo que gaiatos anunciassem que o haviam filiado à Juventude Socialista e ao PT.
A divulgação do seu teste informou também que ele foi realizado num laboratório da Rede D’Or, classificado como “cortesia”.