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Ataque de Bolsonaro dá a Doria projeção nacional que governador buscava

Postado às 05h06 | 26 Mar 2020

A forma como o presidente Jair Bolsonaro se comporta diante da chegada da pandemia do novo coronavírus no país abriu uma oportunidade para políticos de posições mais moderadas ocuparem espaço perdido pela onda conservadora na eleição de 2018.

Ao ser atacado em público e na videoconferência de Bolsonaro com os governadores do Sudeste, João Doria, de São Paulo, ganhou destaque nesse espaço, no cenário nacional. Acusado por Bolsonaro de ser um traidor, depois de ter sido eleito pregando o voto "Bolsodoria", e de estar na verdade pensando na próxima eleição presidencial, o governador de São Paulo reforçou sua posição. Manteve a discordância em relação ao presidente sobre como a pandemia deve ser enfrentada e afirmou que não é momento de pensar em disputa política.

Do ponto de vista político, se o governador agir com sucesso diante da pandemia, poderá colher adiante dividendos eleitorais. Caso contrário, prejudica seu projeto presidencial para 2022. Não é segredo para ninguém que Doria assumiu o governo paulista com um plano nacional no bolso. Achou que, pelo fato de ocupar a cadeira de governador do maior estado do país, teria projeção suficiente para entrar numa disputa. No entanto, até antes da crise, suas intenções de voto não deslancharam nas pesquisas. A polarização entre Bolsonaro e o PT deixou espremidos candidatos de centro, a ponto de aliados de Doria começarem a cogitar um plano B para o governador - o de concorrer à reeleição.

A pandemia dá agora ao tucano, além do desafio de enfrentar os impactos do coronavírus no estado, uma nova perspectiva política. Se conseguirá tirar proveito dela, a Covid-19 é que vai dizer. (Globo)

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