Postado às 06h47 | 09 Mai 2020
Uma das mais importantes revistas em ciência médica do mundo, a “Lancet”, afirmou em editorial que o presidente Jair Bolsonaro é “a maior ameaça à resposta do Brasil à Covid-19”. Não se trata de mera opinião de uma revista especializada. O editorial “Covid-19 no Brasil: ‘E daí’?” é todo dedicado aos atos de Bolsonaro relativos ao coronavírus.
A publicação, respeitada pelas autoridades de saúde do planeta e com forte influência na tomada de decisões, destaca o Brasil como um obstáculo para que o mundo possa deter a pandemia. Que garantia e confiança terá um investidor internacional num país em que o próprio presidente se tornou uma ameaça à saúde de sua população? Que tipo de ajuda internacional conseguirá, quando seu presidente é considerado uma ameaça ao combate da pandemia?
A “Lancet” deu um atestado mundial de insalubridade ao Brasil de Bolsonaro. E dá argumentos para que o país sofra todo o tipo de descrédito e restrições internacionais, uma vez que seu presidente “não somente continua a semear confusão por abertamente desdenhar e desencorajar medidas de distanciamento social e lockdown propostas por governadores e prefeitos, mas também perdeu dois importantes e influentes ministros nas últimas três semanas. (...) Tal desordem no coração da administração é uma distração mortal em meio a uma emergência de saúde pública e também um contundente sinal que a liderança do Brasil perdeu sua orientação moral, se algum dia já teve alguma”.
A “Lancet” expõe o fracasso do governo em reduzir o ritmo de avanço do coronavírus e lembra que as previsões são de que o número de mortes dobre a cada cinco dias, o pior cenário do mundo. Acrescenta que a saúde dos povos indígenas está sob “severa ameaça” porque o governo “ignora e mesmo encoraja a mineração e o desmatamento ilegais na Amazônia. E agora esses desmatadores e garimpeiros ilegais levam a Covid-19 para populações remotas”.
Como que para reafirmar o que diz o editorial da revista médica, o presidente fará um churrasco.