Postado às 06h11 | 18 Mar 2020
John Kennedy já advertia, que “a mudança é a lei da vida. E aqueles que confiam somente no passado ou no presente estão destinados a perder o futuro”.
Nunca a humanidade viveu momento de tantas mudanças. Serão extintas até certas profissões, que garantem a sobrevivência das pessoas. É a revolução tecnológica em marcha.
No Brasil, estudo da Universidade de Brasília prevê a extinção de cerca de 30 milhões de empregos com carteiras assinadas, até 2026, caso os trabalhadores sejam substituídos pela tecnologia disponível.
Deixariam de existir funções como assistente administrativo, contadores, secretárias, operadores de telemarketing, vendedor de comércio varejista, faxineiro, motorista de caminhão, alimentador de linha de produção, operador de caixa, professor de nível médio no ensino fundamental, vigilante e até serventes de obras.
Nos séculos 19 e 20 ocorreram mudanças acentuadas, quando se operou o deslocamento da mão de obra da agricultura para a indústria. Nos anos 50, o setor industrial dos Estados Unidos abrigava 40% dos empregos. Hoje não supera 5%.
Vivemos a “IV Revolução Industrial”, com transformações sociais, políticas e ambientais, que gradativamente conduzem ao surgimento de novas profissões. Essa inevitável transformação gira em torno da “inteligência artificial”, que é a ciência da computação trabalhando em inovações, que imitam a inteligência humana.
No último Fórum Econômico Mundial (o encontro anual dos milionários do mundo) foi acesa a luz vermelha, com o anuncio de que desemprego global poderá chegar a 20%, quatro vezes maior do que os atuais 4.9%
Nesse contexto, surgem conceitos básicos, que ajudam a compreender a “revolução tecnológica”, como por exemplo, nanotecnologia, tecnologia de sensores, rede 5G e a “Internet das coisas”.
A nanotecnologia trabalha com os átomos (diminutas partículas da matéria) e desenvolve materiais para diversas áreas de pesquisa como medicina, eletrônica, ciências, ciência da computação e engenharia dos materiais.
A tecnologia dos sensores permite a transmissão e continuação de processamento dos sinais elétricos.
A rede 5G revoluciona a comunicação móvel (celular), com uma taxa de dados 10 a 100 vezes mais rápido, que a atual rede 4G.
Por fim, a “Internet das Coisas” conecta e troca informações instantâneas, executando as mais diversas atividades. Incrivelmente, a Internet das Coisas permite a conexão de máquinas, que conversam entre si e desempenham tarefas especificas, de forma inteligente.
Para manejar esse labirinto de mudanças, o mercado prioriza a oferta de empregos aos chamados “profissionais de TI” (tecnologia da informação), que oferecem soluções às empresas e aos governos, nas áreas de gestão, agroindústria, engenharia espacial, medicina e tantas outros setores da economia.
Esses profissionais trabalham com processamento de dados, engenharia de software, informática, hardwares e softwares.
O Papa Francisco, preocupado com a aceleração dos processos tecnológicos, promoveu o seminário "Roboética: Humanos, Máquinas e Saúde", na Academia Pontifícia da Vida, no Vaticano.
Os debates abordaram a resposta da revolução tecnológica aos dilemas morais da sociedade. Foi também analisado, o encaixe da noção de alma com a presença de robôs, cada vez mais parecidos aos seres humanos.
A advertência papal é no sentido de que as novas fronteiras do conhecimento sejam orientadas a serviço da pessoa humana, “respeitando e promovendo a sua dignidade”.
Nesse torvelinho imprevisível, vale lembrar o romance “Admirável mundo novo”, do visionário filósofo e escritor Aldous Huxley (1932), que observou os riscos e perigos dos “progressos científicos e técnicos”, cujos efeitos poderiam levar o planeta ao progresso, mas também por em risco a espécie humana.
A grande indagação é para onde caminha a humanidade, já que não se pode negar que o futuro chegou. A questão agora é adaptar-se para sobreviver.
Albert Einstein aconselhou que "o espírito humano precisa prevalecer sobre a tecnologia". Mais tarde, o jornalista Sidney Harris completou: “o perigo de verdade não é que os computadores passem a pensar como os humanos, mas sim que os humanos passem a pensar como computadores".