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Aproximação de FHC e Lula causa mal-estar no PSDB

Postado às 15h48 | 21 Mai 2021

Integrantes do PSDB reagiram aos elogios públicos e à aproximação entre os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Luiz Ináci0 Lula da Silva. A notícia de que ambos almoçaram juntos, na semana passada, na casa do ex-ministro Nelson Jobim, provocou mal-estar no partido. Bruno Araújo, presidente da Executiva nacional tucana, resumiu o incômodo e fez um apelo para o partido evite 'passar sinais trocados" a seus eleitores.

"Esse encontro ajuda a derrotar Bolsonaro, mas não faz bem a um potencial candidato do PSDB. Nossa característica é saber dialogar, inclusive com adversários políticos. De toda forma, precisamos evitar sinais trocados aos nossos eleitores. O partido segue firme na construção de uma candidatura distante dos extremos que se estabeleceram na democracia brasileira", afirmou Araújo. "Depois de o petismo rotular seu governo de 'herança maldita', parece mais que estão em busca de votos do que um reconhecimento da gestão de FHC."

Lula registrou o encontro, hoje, por meio de suas redes sociais. A aproximação com o tucano faz parte da estratégia do petista de se apresentar como um pré-candidato moderado e atrair lideranças do centro político. O gesto de FHC a Lula ocorre no momento em o PSDB enfrenta uma divisão interna e planeja fazer prévias para escolher seu candidato ao Palácio do Planalto em 2022.

À coluna Direto da Fonte, FHC afirmou nesta sexta que continua buscando uma terceira via entre Bolsonaro e Lula. Se possível, no PSDB. "Se essa não acontecer, não vou deixar meu voto em branco”. Ele também tuitou sobre o assunto: "Reafirmo, para evitar más interpretações: PSDB deve lançar candidato e o apoiarei; se não o levarmos ao segundo turno, neste caso não apoiarei o atual mandante, mas quem a ele se oponha, mesmo o Lula."

Possível candidato em 2022 pelo partido, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, também reagiu à notícia do encontro entre os dois ex-presidentes. "Num país democrático é natural que dois ex-presidentes possam conversar sobre política. Mas também é natural que não se esqueça da história. Conversar com todos é premissa de quem deseja o fim do 'nós contra eles', mas eu não aceito que o Brasil ande pra trás. Confio que Fernando Henrique também não."

Aliado do governador paulista João Doria, também cotado a representar o partido na disputa de 2022, Marco Vinholi, que preside o diretório estadual de PSDB em São Paulo, afirmou que o partido trabalha "uma alternativa para o Brasil capaz liderar a retomada tão importante no país, frontalmente contrário aos retrocessos de Lula e Bolsonaro."

Ao Estadão, o deputado federal Aécio Neves, candidato derrotado por Dilma Rousseff (PT) na corrida presidencial de 2014, afirmou: "O PSDB deve continuar a busca de uma candidatura ao centro, e há sinais claros de que além dos nomes colocados até aqui, o senador Tasso (Jereissati) começa a considerar realmente uma candidatura. Lula nunca foi, e não acredito que será uma opção para o PSDB".

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