Notícias

Análise: "Vacinas para todos e não para “alguns”"

Postado às 05h18 | 23 Set 2020

Ney Lopes

Lançada em vários países a campanha “Vacina para todos”. O objetivo é prevenir para que a descoberta de uma vacina contra o Covid 19 seja solução que não beneficie apenas alguns e algumas regiões. A é iniciativa do Prêmio Nobel da Paz, Mohamad Yunus e outros líderes mundiais.

Sabe-se que uma só vacina não será suficiente para atender a demanda mundial, o que exigirá parcerias de todas as empresas que hoje estão envolvidas no processo.

O fundamental é que o princípio orientador seja o de acesso universal, justo e equitativo à vacina, evitando soluções para "ricos" e soluções para "pobres".

Há muitas décadas que a Europa e os EUA não conheciam uma pandemia tão violenta. Tais crises sanitárias eram comuns na Ásia, África e América Latina. A Covid 19 teve característica global, atingiu e devastou a todos os países. América Latina e Caraíbas são as regiões mais atingidas, prevendo-se uma contração da economia acima de 9% em 2020. A queda da atividade econômica é de tal magnitude, que o nível do PIB per capita irá retroceder 10 anos, apagando o imenso esforço que havia sido feito numa região que é a mais desigual do mundo.

A conjuntura exige novo modelo de desenvolvimento em regiões nas quais a desigualdade se tornou insustentável. São necessários sistemas fiscais mais justos, mecanismos de proteção social mais abrangentes e acessíveis a todos, e particular atenção aos mais vulneráveis como as mulheres que são a maioria da força de trabalho dos setores mais atingidos e carregam agora o duplo fardo de prestarem cuidados adicionais na família.

Por todas estas razões, a campanha "Vacina Para Todos" conclama uma união global, para permitir que os países caminhem juntos e atravessem juntos essa tempestade, como disse o Papa Francisco.

Num mundo cada vez mais interligado pela globalização, as perdas de uns terão efeito sobre os outros. O que importa é que todos estejam atentos e sejam apoiadas as soluções possíveis, que não tragam prejuízos para os mais carentes.

Afinal, a vacina deve ser para todos.

E não apenas para “alguns”.

 

 

Deixe sua Opinião