Postado às 06h12 | 16 Jul 2020
Ney Lopes
A atividade econômica do turismo, nacional e internacional, é uma das maiores vítimas da pandemia. As medidas restritivas de mobilidade humana, causadas pelo isolamento social, retiraram percentuais altíssimos da composição dos PIBs de vários países e regiões.
Exemplos: República das Maldivas (no Índico), 32,5% de seu produto interno bruto advém da atividade turística; Aruba (Caribe), com 32%, República de Seicheles (no Índico), 26,4%, e Comunidade das Bahamas (no Atlântico), com 19,5%. Igualmente grave a dependência econômica de certas nações, em relação ao turismo: Portugal (14%); Espanha (13%); França (10%); Grã-Bretanha (9%); Itália (5%); Brasil (4%).
No caso brasileiro, estudo do IPEA mostra que a taxa de empregos depende em grande proporção do turismo, sobretudo nos estados da Bahia, Rio Grande do Norte e Rio de Janeiro.
Portugal conseguiu recuperar-se economicamente, através do turismo e a pandemia destrói esses avanços. As receitas cresciam 13% ao mês. A partir de maio passado, o valor do faturamento da hotelaria e similares caiu 98%. Para se ter uma ideia das perdas portuguesas, o setor do turismo é a maior atividade econômica exportadora, sendo responsável por 52,3% das exportações de serviços e 19,7% das exportações totais (8,7% do PIB português).
O retrocesso previsto pela ONU é de até 30% no turismo internacional, após a pandemia. A retomada da atividade turística vai ser lenta e dolorosa, pelo receio na volta às viagens para o estrangeiro e as pesadas restrições (como quarentenas obrigatórias, comprovativos médicos e outras medidas de segurança sanitária).
Para o Brasil, o caminho da recuperação poderá ser a preferência por trechos internos, pequenos deslocamentos e a segurança de permanecer no próprio território.
Com isso, o turismo nacional seria alavancado, com o turista interessado em descobrir as potencialidades locais e valorizar os espaços e atrativos nacionais.
Só resta aguardar, que essa hipótese seja confirmada, e o turismo brasileiro se recupere.