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Análise: "Trump recua. E Bolsonaro?"

Postado às 06h07 | 22 Jul 2020

Ney Lopes

Apertado pela derrota eleitoral iminente, o presidente Trump ontem, 21, trocou o seu chefe de campanha e concedeu a primeira entrevista coletiva sobre a pandemia. Mudou completamente o seu discurso, que era de zombarias e alegações absurdas, como por exemplo, acusar de esquerdista (comunista!!!) quem usa máscaras e fica em isolamento social.

Depois, quem se manifestava contra reabertura apressada era também classificado de esquerdista. O bom senso mostra que as estratégias de combate ao vírus independem de ideologia. Vejam-se os exemplos da Nova Zelândia e a Coreia do Sul, governados por centro-esquerda e a centro-direita no Japão e na Alemanha

Agora, Trump aproxima-se da sensatez, diante do crescimento vertiginoso de Biden, seu adversário, na corrida pela Casa Branca. Está provado que a gestão da pandemia influenciará nos resultados eleitorais futuros. O povo não perdoará o descaso e ausência de soluções objetivas, no combate a ctatástrofe que mata milhares de pessoas.

Trump mandou “recado”, dizendo que é preciso usar máscara “gostem ou não gostem”. Ele antes menosprezou as máscaras como insalubres. Acusou  aqueles que as usavam de fazerem  declaração política contra o presidente. Na entrevista, Trump não perdeu a oportunidade de citar fatos e cifras, que não correspondem a verdade.

Repetiu que os Estados Unidos têm uma taxa de mortalidade mais baixa do que "quase todos os outros lugares do mundo". Sabe-se que o país possui a décima maior taxa de mortalidade entre os 20 mais afetados pelo novo coronavírus, e a terceira maior taxa de mortes por 100 mil pessoas, segundo a Universidade Johns Hopkins. No total, registra 3,884 milhões de casos e 141.845 mortes.

Talvez seja tardia a tentativa de Trump reverter o jogo eleitoral. A cada dia a sua candidatura se esvazia.

As manobras trompistas devem servir de “alerta” para outros governantes, que tentarão a reeleição e zombaram da pandemia. Entres eles, a lição se aplica ao presidente brasileiro Jair Bolsonaro.

Será que ele fará como Trump e irá recuar de posições passadas?

 

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