Postado às 05h55 | 22 Ago 2023
Ney Lopes
O presidente Lula encontra-se na África do Sul.
É o seu 18º destino no exterior, desde que assumiu o cargo. Participará da 15ª Cúpula dos Brics, o bloco que ele ajudou a fundar junto a líderes da Rússia, Índia, China e África do Sul.
Visão global - Em princípio, não sou daqueles que criticam a presença do Brasil nos debates de política internacional.
Com o mundo globalizado é impossível governar sem uma visão global dos temas que desafiam a humanidade.
Entretanto, não tem sido positivo o desempenho do presidente Lula.
Liderança - Na primeira viagem oficial, o presidente Lula anunciou na Argentina a abertura dos cofres do BNDEs para financiar projetos no exterior.
A típica caridade com chapéu alheio.
Pegou muito mal.
Decepção - Na cúpula do G7, realizada no Japão, o presidente apoiou um suposto plano de paz da China na Ucrânia.
Para mostrar-se equidistante de Moscou e Kiev, Lula evitou encontro com o presidente Zelensky e decepcionou Washington e Bruxelas, ao mesmo tempo.
Encontro de Brasília - Outra ação negativa deu-se na convocação dos líderes latino-americanos para encontro em Brasília.
O propósito era mostrar a liderança do Brasil. Deu tudo errado.
Ao receber o ditador venezuelano Nicolás Maduro fez elogios despropositados.
Defendeu o regime venezuelano.
Afirmou que as acusações de violação a direitos humanos e falta de liberdade política na Venezuela eram só "narrativas".
Comentários totalmente fora de lógica.
Boric - O presidente do Chile Gabriel Boric, "companheiro" esquerdista, refutou Lula e afirmou que Cuba, Nicarágua e Venezuela são três ditaduras.
Além de Boric, o presidente uruguaio, Luis Lacalle Pou asseverou, que "não se pode tapar o sol com um dedo" e que Nicolás Maduro é um ditador sanguinário.
Liderança de Lacalle - No balanço final, o encontro de Brasília foi total fracasso para a política exterior do Brasil.
Lula ficou com péssima imagem e a credibilidade abalada.
Enquanto isso, o presidente Lacalle Pou, mesmo sendo de um pequeno país, cresce como figura de referência na América Latia.
Em verdade, o presidente Lula acabou acarretando sério prejuízo à sua ambição de ser o líder e o porta-voz da região.
Incrível, mas verdadeiro – A preocupação dos partidos na eleição de prefeito de Natal é formar o que chamam de “nominata”, que é uma lista de candidatos, para ganhar previamente a eleição.
Usam a estrutura partidária para eleger esses “abençoados” e vetam candidaturas que lhes façam sombra.
Lesão constitucional – Considero que a justiça eleitoral deveria acompanhar essas “nominatas”.
O Estado Democrático de Direito não se coaduna com a simples realização de eleição, devendo sempre o ordenamento eleitoral garantir a ampla liberdade do voto.
Eleição com restrições prévias para não oferecer ao eleitor opções amplas de nomes é peça de ficção.
NASA – As temperaturas em 2024 continuarão a aumentar. 2023 foi o ano mais quente, que se tem registro.
Redução de juros – A China reduziu a taxa de juros para 2.5% ao ano. É para impulsionar a economia.
Crise na Russia - O rublo, moeda russa, afunda-se, desvalorizando-se face ao dólar norte-americano, ao euro e ao yuan (divisa chinesa).
O superávite na balança comercial caiu 68%.
As exportações caíram 10%.
O preço do gás natural russo quebrou 71% em dólares, tudo de acordo com dados do Banco Mundial.
Joias - Prossegue o “lenga lenga” das joias presenteadas a Bolsonaro.
Investiga-se o óbvio: o presente oferecido, recebido e a hipótese da venda (sem prova, até agora).
Para saber em que condições o presente foi dado (se ato oficial ou privado), somente quem pode esclarecer é Mohammed bin Salman, príncipe herdeiro da Arábia Saudita.
Violência – Por que proibir o general Mauro Lourena Cid, homem já idoso, com excelente conceito pessoal, de falar com o seu filho preso, tenente-coronel Mauro Cid?
A justificativa é para os dois não combinarem versões.
A essa altura, não há esse risco.
Subsiste apenas a violência de afastar um pai do filho.
Solução – Todo esse episódio seria resolvido com a devolução das joias, ou ressarcimento, opção dada a Lula e Dilma, em razão da legislação sobre presentes oferecidos aos presidentes "ainda" ter indefinições e mudado diversas vezes.
Desde os romanos, a insuficiência da prova favorece o acusado.
É o princípio legal do “in dubio pro reo” (na dúvida a favor do réu ).