Postado às 06h39 | 09 Jan 2022
Ney Lopes
O deslizamento de uma rocha atingiu ontem, 8, embarcação com turistas nos cânions de Furnas, na cidade mineira de Capitólio, devido às fortes chuvas que atingem a região.
As últimas informações são de que o desabamento deixou 7 mortos, dezenas de feridos (4 ainda estão internados) e 3 desaparecidos.
Trata-se de mais um “desastre natural”, que por conta das mudanças climáticas, transforma-se em risco cada vez mais presente no cotidiano das pessoas.
Esses desastres associam-se a terremotos, tsunamis, erupções, vulcânicas, ciclones, furacões, deslizamentos, inundações e erosão, que podem ocorrer naturalmente ou induzidos pelo homem.
Em novembro de 2020, parte de falésia na praia de Pipa, RN, desabou e matou casal e bebê de 7 meses.
Nativos da região praieira ainda hoje alertam para o fato de que as marés enchem e atingem a falésia, com desgaste na sua base, deixando a parte de cima vulnerável a desabamento.
O homem vem alterando a natureza, ocasionando mudanças no clima na Terra.
A rápida aceleração tecnológica neste século pode trazer riscos impossíveis de previsão, da mesma forma que no século passado não se sabiam de fenômenos hoje conhecidos.
Ou seja, muito provavelmente a gente não saiba, de fato, como é que será o fim do nosso mundo, mas no futuro teremos novas hipóteses.
Há 74 mil anos, a erupção do supervulcão Toba, localizado na Indonésia, causou um resfriamento global de 3-5ºC por anos seguidos, vitimando espécies de plantas e animais.
O evento é considerado a maior extinção humana da história.
Não há uma estimativa precisa de quando poderia acontecer algo do tipo novamente.
Há estatística que sugere a repetição a cada 17 mil anos.
O último que se tem conhecimento aconteceu na Nova Zelândia há 26,5 mil anos.
As inundações que romperam diques e barragens em New Orleans, por ocasião do Furacão Katrina em 2005, nos Estados Unidos e o terremoto de Kobe no Japão em 1995, com milhares de vítimas e pessoas afetadas, são exemplos típicos de que muitas vezes os fenômenos naturais surpreendem até mesmo as nações mais bem preparadas para enfrentá-los.
A tragédia em Capitólio, MG, pode ter sido causada pela erosão do solo, diante de infiltrações com as águas das fortes chuvas.
Há, também, outras hipóteses, como a inexistência de um mapeamento de riscos da região e o fato de que paredões e falésias costumam ceder naturalmente.
Técnicos ouvidos chamam atenção para as possibilidades de outros desabamento de falésias acontecerem em praias.
Essas rochas se fragmentam, surgem cicatrizes e elas desabam em algum momento.
Percebe-se que há urgência em ações preventivas para evitar a repetição de acidentes semelhantes.
A principal medida será a consciência de governos e cidadania, de que o meio ambiente terá que ser preservado.
Não há mais como adiar!