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Análise: "Tragédia do Havaí pode ocorrer no Brasil"

Postado às 05h02 | 18 Ago 2023

Ney Lopes

Os espanhóis aconselham, que “quando você vir as barbas de seu vizinho pegar fogo, ponha as suas de molho”.

Desde 8 de agosto, o estado americano do Havaí sofre com o mais mortal incêndio da história dos EUA, em mais de um século.

O total de mortos passa de 100, enquanto equipes continuam as buscas.

Apenas 25% da área afetada foram vasculhados por cães farejadores.

A maior parte dos incêndios florestais de grande dimensão, ocorridos nos EUA, na Austrália, na China, no Brasil, em Portugal, foram causados pelo aquecimento global.

A unanimidade dos cientistas concorda com esse diagnóstico, em decorrência das emissões de gases de efeito estufa por ação humana.

O aumento nas temperaturas médias alimenta um perigoso calor extremo, que já está sendo vivido pelas pessoas ao redor do mundo.

A primeira advertência é que o ocorrido no Havaí poderá acontecer no Brasil.

Para isso os governos deverão, desde já, estarem atentos com medidas preventivas..

Toda região Nordeste, por exemplo, deverá ser afetada pelo fenômeno El Niño neste segundo semestre do ano.

Isso ocasionará menos chuvas, mais calor e, consequentemente, mais possibilidades de queimadas e incêndios.

Em quatro décadas as queimadas destruíram um quinto do território nacional.

De 1985 a 2022, Brasil perdeu 185 milhões de hectares para o fogo, segundo ONG MapBiomas.

A seca previsível no Nordeste brasileiro causa preocupação para os produtores, por conta do aumento de focos de incêndios.

A atuação do fenômeno El Niño prolonga ainda mais o período de estiagem.

O bioma que apresenta a situação mais preocupante é a caatinga, predominante no Nordeste brasileiro.

O Nordeste registrou a maior quantidade de queimadas em mais de uma década.

A revelação é do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, cujos dados mostraram que foram mais de 9.600 incêndios do início de 2023 até o último dia de medição, 27 de julho.

Desde 2012 o número não era tão alto.

A quantidade de queimadas na região representa um número 32% maior que o mesmo período de 2022.

Os incêndios, que causam danos materiais, ambientais e humanos, podem começar de forma espontânea ou serem consequência de omissões humanas.

Os fatores climatológicos e ambientais são decisivos para incrementá-los, facilitando a propagação e dificultando o controle.

Diante de tantas evidencias cabe aos três níveis de governo – federal, estadual e municipal- o planejamento, que envolva  ações preventivas, de modo a evitar que catástrofes semelhantes às que ocorrem no resto do mundo venham a acontecer no Brasil, sobretudo na região nordeste, já tão castigada pelas estiagens.

 

 

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