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Análise: "Técnicos rejeitam excluir empresa chinesa de 5G"

Postado às 16h37 | 03 Dez 2020

Ney Lopes

2021 será um ano decisivo para a implantação no Brasil da tecnologia 5G, o que há de mais avançado no mundo nas comunicações. Trump vem insistindo para o nosso país excluir a China, a partir do leilão que deve ser realizado até junho do próximo ano.

Embora extraoficialmente vazou a informação de que a área técnica da Anatel finalizou a proposta com regras do edital do leilão, sem qualquer restrição à Huawei. A justificativa dos técnicos é que se trata de tecnologia e não de política.

O texto define regras do 5G como se não houvesse qualquer chance de restrição a fabricantes. A observação mais importante é que a Huawei chinesa já opera no país e em mais de 170 países do mundo. Caso a sua tecnologia seja excluída as atuais teles em operação teriam de trocar todos os equipamentos de 3G e 4G, hoje presentes em mais da metade das redes.

A futura estrutura de quinta geração não se comunicará com aparelhos 5G da concorrência. Só aí um prejuízo imensurável, cujo pagamento será transferido para a tarifa cobrada dos usuários. As empresas alertaram para uma possível indenização paga pela União por esse processo de troca de equipamentos, caso o governo insista no banimento da chinesa.

Nos bastidores, as operadoras consideram até mesmo recorrer ao STF caso Bolsonaro vete a Huawei no Brasil. O general Augusto Heleno, ministro do GSI, e o chanceler Ernesto Araújo são os principais defensores do banimento da Huawei por causa do alinhamento com o governo Trump.

Os custos da 5G, mesmo com a Huawei, serão consideráveis. Por exemplo: nos locais onde hoje as teles prestam o serviço com uma antena, elas terão de instalar outras nove. Isso somente para cumprir as exigências da tecnologia, que promete velocidades até cem vezes maior com tempo de resposta de menos de um segundo entre o celular e a antena mais próximo.

O Brasil não poderá ficar isolado do mundo para cumprir caprichos de Trump. Ninguém defende que a China ganhe o leilão.

O que se defende é que seja típico do livre mercado, que ganhará quem tenha melhores serviços e melhor preço.

Apenas isto!

 

 

 

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