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Análise: “SOS” para a América Latina"

Postado às 17h11 | 31 Jul 2020

Ney Lopes

Comissão da ONU divulgou relatório patético sobre o futuro da América Latina.

De um lado, alerta para medidas mais objetivas no controle do coronavírus e de outro propõe medidas emergenciais, como única alternativa para a construção de um Estado de bem-estar social.

A região registra 4,5 milhões de casos positivos da doença e quase 190.000 mortes e índices alarmantes na taxa de informalidade trabalhista, superior a 50%, pobreza, desemprego, desigualdades e sistemas de saúde frágeis. A previsão é que no plano social e econômico, a pandemia causou inédita convulsão econômica e social.

Essa conjuntura socioeconômica, poderá transformar-se em grave crise alimentar e humanitária.

O documento da ONU destaca, que esse é o momento mais dramático e difícil para os latino americanos: o desemprego chegará a 13,5%, a pobreza subirá sete pontos, indo a 37,3%, e a desigualdade se agravará ainda mais, com uma alta de 4,9 pontos.

As fragilidades estruturais atingem com maior intensidade os mais pobres, que não podem destinar recursos próprios para atender despesas com saúde, ao mesmo tempo em que a renda cai, sem controle. O mais preocupante é a saúde, cuja crise decorre do baixo investimento dos países no setor ao longo dos últimos anos, cuja média foi de 4% do PIB, contra 6% recomendados pela OMS.

A covid-19 evidenciou fragilidades dos sistemas de saúde, segmentados e fragmentados.

O desafio será a criação de condições econômicas e sanitárias para superação do quadro devastador. A CEPAL sugere uma renda básica emergencial, espécie de bônus contra a fome e planos de proteção do setor produtivo, além da consolidação de sistemas universais de proteção social e a adoção de políticas fiscais progressivas.

O que se verifica é  verdadeiro SOS de socorro à América Latina, que, através de suas lideranças, deve adotar comportamento público responsável, que revele maior coesão entre os governos, mobilização de propostas lúcidas e busca de alocação de recursos internacionais, no sentido de evitar na região catástrofe de maior proporção, do que já está sendo a pandemia atual.

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