Postado às 05h41 | 27 Ago 2020
Ney Lopes
Embalado pelas pesquisas, o Presidente Bolsonaro começa a agir como deveria ter agido, desde o início do seu governo. Ele deixa claro de que manda no país. Esse é o caminho do presidencialismo. E não se diga que é autoritarismo.
Excessos e equívocos serão corrigidos pelos poderes constitucionais, imprensa livre, opinião pública e legítimos grupos de pressões sociais. A menção é feita pelo fato do Presidente ter pedido ao Ministro da Economia novo desenho do programa Renda Brasil, sem mexer no abono salarial e reduzindo ao máximo o impacto em programas sociais, já existentes.
Não se trata de desprestigio à equipe econômica. Chama-se conciliar a austeridade econômica, com as preocupações sociais. O mundo mostra que as democracias quando não priorizam o social, correm o risco das ruas desmoronarem o poder eleito.
O próprio capitalismo só prospera em sociedades que não sofram abalos sociais constantes. Essa história de que o mercado é quem dita as regras da estabilidade não passa de conversa “para boi dormir”.
O mercado influi, abre espaços de negócios, atrai ou rejeita investimentos, porém para que exerça esse papel é imprescindível a existência de um Estado fortalecido, que não significa Estado intervencionista, mas sim regulador.
O presidente Bolsonaro deixou claro ao “tzar” Paulo Guedes, que o governo agora passa a olhar para o social, já que a agenda ortodoxa da Escola de Chicago despreza essa prioridade e somente acredita que a proteção deve ser dada exclusivamente ao capital financeiro para que, no final, os pobres sejam beneficiados.
A renda Brasil é um programa necessário, nessa época de pandemia. Mas, os recursos não podem ser retirados dos assalariados, e, sobretudo, da classe média.
A primeira vítima dessa visão errônea é o “mercado”, na medida em que sem renda, essas classes se afastam do consumo e as industrias, lojas, departamentos, shoppings sofrem e vão à falência.
Está provado que não “se pode cobrir um santo e descobrir outro”, em matéria de política social.
A regra é governar, com a noção de que só haverá justiça, com prioridade social.