Postado às 06h30 | 11 Dez 2020
Ney Lopes
A Suécia adotou desde o início da pandemia o mesmo estilo do presidente Bolsonaro.
No pico da pandemia, em maio, Bolsonaro chegou a afirmar que, por ele, o Brasil adotaria o isolamento vertical e citou a Suécia como exemplo.
O deputado estadual Osmar Terra (MDB-RS), tido como seu orientador, mencionava o país como exemplo na pandemia. Ele chegou a dizer, que a Suécia “não fechou uma única escola” e “protegeu as crianças”.
O que se viu na Suécia foram locais como metrô de Estocolmo, centros comerciais, cabeleireiros, táxis, nas escolas ou mesmo nos lares de idosos, sem nenhuma máscara, preocupação de isolamento, com estilo de vida o mais normal possível.
Entretanto, no momento tudo mudou e demonstra que o negacionismo foi criminoso.
Na Suécia aumentam as restrições para tentar travar a segunda onda, sem exageros. Os habitantes são aconselhados a limitar os contatos e a evitar os transportes públicos e ginásios.
Com uma população de pouco mais de dez milhões, a Suécia tem neste momento 166 mil casos registados de covid e 6082 mortos. Elogiada por Bolsonaro como 'exemplo' na pandemia, Suécia agora pede ajuda, por ter sofrido muitas vezes mais mortes causadas pelo coronavírus per capita do que os países vizinhos.
O pedido do chefe de saúde sueco é para que sejam enviados enfermeiros especializados e outros profissionais a fim de reforçar as equipes que lutam contra uma segunda onda de infecções.
Atualmente, o governo sueco fixou restrições às reuniões públicas, enquanto as escolas secundárias foram instruídas a mudar para o ensino à distância.
Entretanto, permite o funcionamento do comércio com medidas sanitárias, para não desativar a economia por completo.
O governo disse que queria que o parlamento lhe concedesse mais poder para agir .
"Não pode valer a pena tomar drinques depois do trabalho, sem muita cautela. As consequências são horríveis”, disse o primeiro ministro.
Diante de tantas evidências, será que o presidente Bolsonaro ainda cita a Suécia como exemplo para o Brasil?
É isto que o governo deseja para os brasileiros?