Postado às 05h33 | 22 Ago 2022
Ney Lopes
Seis meses da guerra Rússia e Ucrânia: até quando?
Na próxima quarta-feira, a guerra na Ucrânia fará seis meses.
São um total de 4368 horas de pavor e mortes.
Segundo o jornal português Expresso, esse cenário deve prolongar-se no mínimo até o final do ano. De acordo com a ONU há cerca de 12 milhões de pessoas deslocadas, dentro e fora da Ucrânia.
Mais de 5000 civis morreram e mais de 7000 estão feridos. 2,2 milhões de crianças sem casa e 3,8 milhões também sem escola.
No balanço geral, nem russos, nem ucranianos, atingem os seus objetivos.
A Rússia lança 20.000 mísseis por dia, contra 6000 disparados pela Ucrânia, e nem por isso se materializam avanços reais.
Christopher Miller, professor de História Internacional na Universidade de, no estado norte-americano de Massachusetts, autor de três livros sobre a Rússia, interpreta que o presidente Putin investe tantos recursos, por ter se acostumado a ganhar guerras.
Assim foi contra a Geórgia em 2008, a Ucrânia em 2014 ou na Síria desde 2015.
Por trás dessas agressões, admite-se que os objetivos de Putin são muito mais amplos.
Ele deseja minar a atual ordem internacional liberal e democrática, que é baseada em valores europeus amplamente partilhados.
Abalar a unidade do Ocidente e eliminar a sua liderança no mundo. Redesenhar as fronteiras existentes às custas dos países mais frágeis em torno da Rússia.
Toda essa estratégia culminaria a criação de um novo tipo de impérios para o século XXI.
A força de Putin fatalmente e significará a fraqueza do Ocidente., que terá de aplicar a teoria de Roosevelt na II Guerra Mundial: “temos que parar o fogo onde ele começou”.
Cabe observar, que vem de longe o confronto da a Rússia com a Ucrânia.
Tudo começou em 1954, quando o primeiro-ministro soviético Nikita Khrushchev transferiu a Península da Crimeia da Rússia para a Ucrânia.
Em agosto de 1991, a Ucrânia se tornou um país independente, pouco antes da dissolução da União Soviética, ocorrida em dezembro de 1991.
Apesar disso, Putin vê a Ucrânia como parte de sua esfera de influência.
Na guerra atual a Ucrânia já perdeu para os russos quase uma vez e meia todo o território de Portugal, que corresponde a 125 mil quilómetros quadrados. Percebe-se que está em jogo é se a nação ucraniana continuará a existir ou não.
Nos últimos trinta anos, o Kremlin conseguiu infiltrar e interferi no governo da Ucrânia, incluindo a ocupação de ministérios e agências tão importantes quanto os serviços secretos.
No governo de Yanukovych, cidadãos russos estiveram à frente do Ministério da defesa.
Neste contexto conturbado, há seis meses o mundo assiste diariamente espetáculos de terror, sem perspectivas de solução.
Até quando este cenário irá continuar?