Postado às 11h43 | 03 Mai 2024
Ney Lopes
Há dias ando meio adoentado.
Recupero-me de trombose e embolia pulmonar.
Tenho sido assistido por equipe medica de nível profissional, eficientes serviços do Hospital do Coração” Natal e o “home care” da Unimed.
Em recuperação com lucidez, o esforço é não faltar o texto diário da coluna, que atenda o compromisso assumido com o leitor.
E tenho conseguido diariamente, graças a Deus.
Recebendo o tratamento médico adequado, não me sai da cabeça a situação precária e desumana, em que se encontram pacientes há menos de um km do meu apartamento, expostos nos corredores do Hospital Walfredo Gurgel, que volta a ficar superlotado.
Todos sofrem devido à falta de maca, cadeiras de rodas, lençol para os leitos e material tanto de ambulatório como de laboratório.
É a realidade do sistema de saúde estadual, que está sucateado.
No laboratório, faltam reagentes e lâminas para exames e o serviço de enfermagem.
A superlotação do Walfredo Gurgel é reflexo dos problemas também enfrentados pela saúde básica, já que há carência de médicos nos postos e unidades interioranas.
O direito à saúde é colocado na lata do lixo.
A prova maior está, quando a pessoa humana necessita desse atendimento.
O que se vê, (há exceções) são descasos, negligência e falta de respeito com os cidadãos.
Milhares morrem as portas dos hospitais.
E quem tem plano de saúde? Nesse caso, cada dia aumenta o tormento.
Começa pela necessidade de desviar recursos pessoais e economias restritas para pagar o plano.
O governo usa uma lógica econômica cruel, que é o salário sem reajuste, com aumento das parcelas mensais.
Enquanto isto, dados de 2023 demonstram, que o setor registrou lucro líquido de R$ 3 bilhões.
A conta não pode fechar no futuro. Há falhas gritantes de certos planos de saúde (não são todos) e até com risco de vida, no atendimento aos usuários.
O paciente chega ao hospital para atendimento de enfarte (ou outra doença grave) e é rejeitado por não ter a “impressão” digital”, embora porte documentos pessoais.
Situação mais grave é a marcação de exame essencial ao tratamento, quando o plano nega sem explicação, a solicitação médica para liberação
Há que ser feito um “pente fino” na legislação dos planos de saúde.
Os bons em nada se prejudicarão.
Caberá ao Congresso Nacional essa tarefa.
Mesmo privatizados, terão que obedecer à lei.
Afinal, artigo 196 da Constituição é claro:
“A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas”.
Não há mais tempo a perder!
Os últimos acontecimentos políticos de Brasilia giram em torno da sucessão da Câmara, no início de 2025. Essa história de liberações de verbas por bancadas é “um nariz de cera”.
A origem do tumulto é a sucessão da Câmara dos Deputados.
Fervem nomes no caldeirão da disputa já iniciada nos bastidores, com várias hipóteses de candidaturas.
O presidente Arthur Lira até agora tem apoiado o deputado Elmar Nascimento (União Brasil-BA) para o cargo.
Há um trabalho sub-reptício do ministro Padilha, visando criar situações políticas, que possam facilitar uma candidatura “alternativa” à presidência da Câmara. Daí poderá surgir José Guimarães (PT-CE), ao que se diz, escolhido pelo PT para essa missão.
O União Brasil, maior partido da Câmara, certamente não aceitará alguém fora dos seus quadros. Nesse caso o perfil que emerge para uma conciliação é o do deputado pernambucano Mendonça Filho, ex-ministro de estado, ex-governador, ex-deputado federal e larga experiência política.
O caminho poderá ser este.
Não há nome melhor.
Não se sabe a reação de Lira. (Texto publicado no Diário do Poder”, Brasília, DF).