Postado às 06h30 | 14 Out 2022
Ney Lopes
Como saiu o RN na eleição de 2 de outubro?
O que esperar do futuro?
Nos bastidores do processo eleitoral, o que realmente aconteceu?
Haverá recurso de impugnação do diploma eleitoral do senador eleito Rogério Marinho, por abuso do poder político e econômico?
Muitas coisas serão analisadas, todas ainda no desconhecimento coletivo e a serem publicados, ao longo do tempo.
As urnas potiguares confirmaram a liderança política da governadora Fátima Bezerra.
Isto é inegável.
A oposição pagou o preço da sua própria indefinição, sem revelar líderes consistentes.
O prefeito de Natal Álvaro Dias hesitou no início, tomou posição na reta final e por isso se posiciona na “pole position” do grid de largada para 2024 e eleições seguintes.
É sem dúvida o nome mais forte para disputar o governo em 2026, mudar de partido e formar um bloco político que consolide o seu projeto.
O eleito senador Rogério Marinho provou e comprovou o seu estilo e vocação de estrategista, falando “baixinho”, moldando os bastidores políticos aos seus interesses, dividindo e separando grupos, inclusive familiares, que lhe poderiam criar dificuldades, mesmo remotas.
Deu certo.
Eliminou na largada obstáculos notórios, “negociou” nos municípios apoios de bolsonaristas e anti-bolsonarista (algo que parecia impossível).
Todavia, a “grande e decisiva ajuda” à eleição de Rogério Marinho veio da divisão de votos entre Carlos Eduardo e Rafael Motta, que segundo se comenta, contou com a “simpatia” possível do senador, ao final vitorioso.
Ao contrário de Fátima Bezerra, que montou esquema político-eleitoral a base de forças políticas antagônicas, Rogério Marinho, com o prestígio sem limites do governo federal, assumiu o comando da oposição, diante da recusa inicial de participação no processo do prefeito Álvaro Dias.
Após várias tentativas de surgimento de um nome oposicionista na disputa do governo, Rogério decidiu lançar sozinho o seu parente Fábia Dantas ao governo estadual.
Não se pode negar, que Fábio é bom nome e preparado.
Foi, porém, lançado na hora errada e serviu para consolidar a vitória de Rogério Marinho, legitimando a disputa.
“Prima facie”, após o primeiro turno o RN apresenta-se com a consolidação do grupo político da governadora Fátima Bezerra e o esfacelamento da oposição.
Será difícil juntar os “cacos”, embora exista grande maioria parlamentar eleita.
A questão é que os projetos são individuais e uns subestimando os outros.
Não se dá chance a ninguém, salvo os ungidos pelos “conchavos” econômicos, que financiam o presente e abrem perspectivas de lucros sem limites no futuro.
O mais grave: o povo referenda e por isso perde o direito de reclamar.
O RN caminha para novos caminhos a serem abertos, de forma semelhante e sob a influência, do que acontece com a chegada da 5G nas comunicações.
Haverá coincidência?
Aguardemos.