Postado às 16h37 | 24 Jul 2020
Ney Lopes
Aumenta o nível de tensão da nova “guerra fria” entre China e Estados Unidos, os dois países mais ricos do mundo.
Nos últimos dias, o conflito agravou-se com a determinação do fechamento de consulado da China no Texas (USA) e a imediata represália chinesa no fechamento do consulado americano na metrópole de Chengdu (China). As causas das disputas envolvem aspectos econômicos, financeiros, políticos, tecnológicos e militares.
As duas potências disputam o protagonismo, em quase todas as questões no cenário internacional. Nesta quinta, 23, o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, denunciou espionagem chinesa em solo americano. Analistas e observadores internacionais atribuem ao presidente Donald Trump a busca de projeção eleitoral nessa disputa com a China.
A maioria da opinião pública americana tem antipatia pela China. Abordar esse assunto de forma dura, pode trazer ganhos eleitorais O desgaste de Trump, que está 10 pontos atrás nas pesquisas eleitoral, ocorre pela gestão confusa dele, em ralação a pandemia e a crise econômica que afeta o país.
A liderança no mercado das telecomunicações, também é motivo de embate entre Washington e Pequim. Trump quer eliminar, não apenas do mercado interno, mas nas demais nações ocidentais, a presença econômica da “Huawei”, empresa chinesa que lidera no mundo a tecnologia do 5G, acusando-a de espionagem em dados sigilosos dos países onde opera.
Ao determinar o fim do tratamento econômico e comercial especial concedido a Hong Kong, em represália à lei de segurança nacional da China, os EUA subiram mais um grau no tom da disputa comercial.
A China vê Hong Kong sob o ângulo da segurança nacional e há o receio de que uma liberalização possa ter influência na sociedade chinesa. De outra parte, Hong Kong vê a situação pela ótica de que a transferência de volta para a China, em 1997, assegurou os ideais de democracia e liberdade que os chineses não têm e não permitem atualmente.
Cenário complexo que afeta a segurança global.
A esperança é que todos esses confrontos terminem, com o final das eleições americanas, em novembro próximo.