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Análise: "Reviravolta em Cuba"

Postado às 05h51 | 18 Abr 2021

Ney Lopes

Neste final de semana, o Partido Comunista de Cuba reúne em Havana num encontro que marca a saída de Raul Castro, o irmão de Fidel, que passará a pasta ao presidente Miguel Díaz-Canel. .

Essa é a maior crise política enfrentada pelo país, desde o chamado "período especial" dos anos 1990, até a a pandemia de covid-19.

Analistas admitem que Raul Castro não se afaste totalmente de influir nos rumos políticos de Cuba.

Ele deverá ficar como uma espécie de Deng Xiaoping, da China, com o poder por detrás do trono, sem um cargo oficial.

Este é o primeiro congresso do PCC depois da morte do histórico líder cubano Fidel Castro, em 2016.

O cargo de secretário-geral do PCC, que tinha assumido em 2011, é o último que Raul Castro ainda detém nova geração cubana enfrenta um país em crise - por muitos comparada à do "período especial", após a dissolução da União Soviética - com uma queda do PIB de 11% em 2020.

A escassez de produtos básicos ou alimentos (o ministro da Agricultura foi substituído esta semana) junta-se à inflação elevada (poderá chegar aos 400 ou 500% este ano), causada pela decisão há muito esperada de união monetária (acabando com os chamados pesos conversíveis).

Para culminar, há a crise no setor do turismo, causada pela pandemia de covid-19. O atual Congresso do PCC é diferente do realizado em 2016, quando abriram-se relações diplomáticas com os EUA, no final da presidência de Barack Obama.

O atual surge quando outro democrata, Joe Biden, está na Casa Branca, mas depois de um mandato do republicano Donald Trump, que recuou nas políticas introduzidas pelo antecessor. Biden parece ter outras prioridades, por considerar que Cuba não é o “umbigo do mundo".

Ele foi o primeiro presidente a não precisar do "voto cubano" da Florida para chegar à Casa Branca e que muitos cubanos ficaram "frustrados.

O quadro desenhado para Cuba não se sabe qual será.

A única certeza é que haverá uma reviravolta no país.

 

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