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Análise: "Racismo!"

Postado às 17h15 | 03 Jun 2020

Ney Lopes

É absolutamente inacreditável, que em momento de tensão mundial, diante dos últimos acontecimentos de combate a segregação racial nos Estados Unidos, o presidente da Fundação Cultural Palmares, Sérgio Camargo, tenha classificado o movimento negro brasileiro como “escória maldita”, que abriga “vagabundos”, e chamou Zumbi de “filho da puta que escravizava pretos”. A portas fechadas, Camargo também manifestou desprezo pela agenda da “Consciência Negra”, se referiu a uma mãe de santo como “macumbeira” e prometeu botar na rua diretores da autarquia que não tiverem como “meta” a demissão de um “esquerdista”.

As declarações estão no site do jornal Estado de São Paulo, em áudio gravado, durante reunião com dois servidores, no dia 30 de abril. O tresloucado achou pouco e declarou ter a proteção da “liberdade de expressão” para assim pronunciar-se. Como é possível alguém, nomeado diretamente pelo presidente da República, agir dessa maneira.

As agressões atingem não apenas o movimento negro, mas as tradições de toda população brasileira. Ao assumir o cargo em fevereiro passado, Sérgio Camargo demitiu vários funcionais e afirmou que iria construir uma equipe de extrema direita na instituição. Poderia até faze-lo, desde que não assumisse posições de extremismos como vem fazendo.

O fato ocorre justamente quando o mundo está nas ruas em protestos pelo racismo dos Estados Unidos, que constitui chaga aberta, que nem a eleição de um negro, Barack Obama, conseguiu superar.O Brasil espera que, o mais rápido possível, o governo se pronuncie sobre o comportamento hostil e racista do  presidente da Fundação Cultural Palmares.

Se não houver esse posicionamento, os responsáveis responderão por crime de omissão.

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