Análise: "Quem ganhou o debate Trump ou Biden?"
Postado às 05h23 | 23 Out 2020
Ney Lopes
O debate de ontem, 22, entre Trump e Biden teve formato diferente, para impedir o caos que aconteceu no primeiro confronto. Nas questões de saúde, economia, racismo e imigração, as respostas foram similares às do passado.
Observaram-se muitas acusações recíprocas, porém em ambiente mais civilizado. Os microfones silenciados contribuíram para menos interrupções de Trump.
O presidente afirmou que o adversário ganhou dinheiro de forma ilícita em esquema com o seu filho Hunter Biden. "Nada foi antiético. Não há nenhuma prova" ", garantiu Biden, que contra-atacou mencionando a conta bancária secreta de Donald Trump na China.
Lembrou, ainda, a forma desastrosa como Trump geriu a pandemia, afirmando que se ele ganhasse seria “um inverno escuro". O democrata marcou pontos ao acusar o Presidente de ter planos para deixar 20 milhões de norte-americanos sem seguro e defendeu-se das acusações de ter um “plano socialista”, que acabaria por eliminar os seguros de saúde privados de 180 milhões de americanos. “A minha diferença é que vejo os cuidados de saúde como um direito e não como privilégio”, disse Biden.
O pior momento de Trump foi a sua vacilação sobre a chegada da vacina contra a Covid 19.
Disse que a “vacina estava pronta” e depois vacilou ao declarar “não ser uma garantia”. Também não identificou qual o laboratório iria produzir a vacina. Apenas, mencionou que Johnson & Johnson, Moderna e Pfizer alcançam bons resultados, em suas pesquisas.
Sobre a política de discriminação entre os Estados, Biden deixou claro que será o presidente de todos e que, ao contrário de Trump, não dividirá o país entre "estados azuis" e "estados vermelhos". Trump fizera várias referências aos estados e cidades democratas, usando a linguagem de "nós" contra "eles.
Em conclusão, nenhum dos dois ganhou o debate.
Apenas, ficaram claras duas visões diferentes sobre o futuro dos EEUU.
"Vou dar-vos esperança; ciência em vez de ficção", afirmou Biden.
Trump contestou, alegando que Biden dará ao país um aumento de impostos, o oposto do que ele fará.
Agora, só resta esperar as urnas de 3 de novembro.
