Postado às 06h17 | 12 Abr 2021
Ney Lopes
Patético o estudo do Observatório Covid-19, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que revelou apenas 741 (13,3%) dos 5.570 municípios brasileiros apresentando capacidade de atendimento de alta complexidade para Covid (UTI).
O problema ganha dimensão maior quando se constata que não chega nem à metade (37,4%) o número de municípios (2.085) que consegue atender mais de 10% de seus habitantes que precisaram de internação, de qualquer grau de gravidade.
Outros dados colhidos indicam que pouco menos de um quinto dos municípios (1.029, ou 18,5%) conseguiram atender a mais de 10% dos casos de seus habitantes com necessidade de UTI ou de unidades de cuidados intermediários. Estas são estabelecimentos de saúde com respiradores e suporte para encaminhamento para UTI.
Com base em informações como essas, o estudo destaca que a regra na pandemia foi o brasileiro com Covid precisar se deslocar de sua cidade para conseguir atendimento.
O deslocamento é um fator de agravamento da doença, além de camuflar focos da pandemia São dramas diários que explicam por que a rede de saúde de municípios colapsa independentemente dos casos de seus residentes.
E evidencia que medidas de distanciamento social sem coordenação estadual e nacional são ineficazes, A conclusão é que o Ministério da Saúde precisa orientar e negociar com os governadores e prefeitos.
É preciso uma coordenação nacional, e outra nos estados.
Nunca o Brasil necessitou tanto de espírito público e lucidez dos seus governantes.