Postado às 07h03 | 07 Jun 2020
Ney Lopes
A tragédia da pandemia coloca o Brasil no centro de polêmicas internacionais, que mancham a imagem nacional. Exemplo é o “puxão de orelha”, que o “amigo” Trump deu no presidente Bolsonaro, ao declarar que “estamos” em “caminho diferente da maioria da América do Sul”, cujos países têm se saído melhor na crise, por implementarem quarentenas rígidas.
Está provado, que o relacionamento com Bolsonaro não é via de “mão dupla”. Trump não mediu palavras, ao dizer que “se tivéssemos agido assim, teríamos perdido, talvez 2,5 milhões de vidas ou mais".
Enquanto isso, Bolsonaro diariamente questiona o isolamento social. Indagado sobre o que dissera Trump respondeu (???): “Eu não concordo com nada nem discordo. O que ele achar que tem que fazer no país dele, ele faz”.
Que tristeza!
A revista “The Economist” registrou a posição do presidente brasileiro, ao lado de Alexander Lukashenko, que está há 26 anos no poder na Bielo-Rússia, a única ditadura da Europa; do ditador do Turcomenistão, um país tão bizarro que já decidiu mudar os nomes do dia da semana e Daniel Ortega, presidente da Nicarágua, que lutou contra a ditadura e fez sua própria ditadura, conhecida como república de bananas. Segundo a publicação, todos eles não levam o vírus a sério. O que realmente chama atenção é o Brasil estar entre três ditaduras.
A “chacota” internacional estigmatiza esses quatro países, já apelidados de firmarem “aliança de avestruzes”, numa referência ao mito, de que o “pássaro grande enterra a cabeça na areia, quando enfrenta perigo". Essa análise não é de comunista, nem de quem tenha má vontade.
É tragicamente um retrato 3x4 da realidade que vivemos, com base em fatos reais.
Só resta lembrar o cônsul romano Marco Túlio Cícero, quando fez o repto ao senador Lúcio Sérgio Catilina: "Até quando, abusarás da nossa paciência?"