Postado às 07h04 | 22 Jun 2022
Ney Lopes
Ontem, 21, à noite o TSE vetou a possibilidade da criação de uma coligação para o cargo de governador e outra diferente para o cargo de senador.
O TSE vetou a possibilidade da criação de uma coligação para o cargo de governador e outra diferente para o cargo de senador.
A decisão veda o PT, PDT e PSB no Rio Grande do Norte se unirem para apoio à um nome comum para governador, porém formando simultaneamente coligações distintas para concorrer ao Senado Federal.
Carlos Eduardo e Rafael Mota, querendo, serão candidatos “isolados” para o senado, pelo PDT e PSB, respectivamente.
Ou, o PT escolhe um dos dois para coligar-se com Fátima Bezerra.
A possível coligação para governador não poderá abrigar os dois na disputa do senado.
Foi confirmada a a possibilidade de uma agremiação, sem integrar qualquer coligação, lançar candidata ou candidato ao cargo de senador individualmente.
Possivelmente, essa será a opção do PSB-RN, caso Rafael Mota aceite ser apenas "figurante" na disputa, oferecendo apoio informal à reeleição da governadora, sem a recíproca..
Do ponto de vista objetivo, o entendimento do TSE mantém Carlos Eduardo e Rafael Motta, em palanques separados.
Entretanto, o PT-RN enfrentará verdadeiro “beco sem saída”, tanto pela dificuldade de ter os apoios do PDT e PSB, com candidatos diferentes ao senado, quanto pelo fato de que Carlos Eduardo vota e defende o candidato Ciro Gomes, opositor ferrenho de Lula.
Há correntes jurídica, que apontam “beco sem saída” também para o PDT-RN, embora se saiba que a Emenda Constitucional 52/2006 acabou com a obrigação que os partidos tinham de manter a mesma coligação feita para a disputa presidencial nos estados.
Todavia, indaga-se caso o partido se coligue na mesma região eleitoral – o caso do PDT e PT no RN – haveria obrigatoriedade em relação aos apoios idênticos à presidente, governador e senador?
Prevalecendo essa tese, como Carlos Eduardo se manteria no apoio a Ciro Gomes?
Na verdade, o PT-RN também enfrentará “beco sem saída”, tanto pela dificuldade de ter os apoios do PDT e PSB, com candidatos diferentes ao senado, quanto pelo fato de que Carlos Eduardo vota e defende o candidato Ciro Gomes, opositor ferrenho de Lula.
Mesmo que, ao final, Carlos Eduardo e Rafael Mota continuem candidatos por suas respectivas legendas existirão dificuldades políticas durante a campanha, com atritos e acusações recíprocas.
Ficará difícil Fátima participar de eventos políticos com Rafael Mota, que não é candidato em sua coligação.
Rafael fará campanha sozinho, sem acesso direto à base da governadora que ele apoiaria?
E Fátima mantendo apoio a Carlos Eduardo perderia votos na ala do PSB e outros partidos que apoiam Rafael?
Ao eleitor parecerá um “arrumadinho”, envolvendo conveniências e possíveis vantagens às escondidas
O "racha" de votos entre Carlos Eduardo e Rafael Motta não beneficiará Rogério Marinho, que jamais terá o apoio de votos petistas, ou socialistas descontentes.
Ele irá manter-se no patamar atual, caso já tenha esgotado a simpatia do bloco bolsonarista ao seu nome.
O que se prevê é que "aumente" o percentual de votos indecisos para o senado, hoje em torno de 50%.
Diante do quadro não há previsão lógica.
Tudo pode acontecer, inclusive nada.
A conclusão é que a decisão de ontem, 21, do TSE mexeu com a política potiguar.
A palavra “coerência” passou a ser fundamental na escolha que o eleitor fará para votar em nome para o senado.
Hoje, não há ninguém eleito.
Nem ao menos, provável eleito.
Vejamos os desdobramentos.