Postado às 06h10 | 13 Ago 2022
Ney Lopes
A eleição majoritária – governador e senador - de 2022 no RN poderá ter desfecho inesperado, com os candidatos ora melhor posicionados sendo prejudicados pelos adversários surgidos de última hora.
É possível que aconteça.
Analisemos os atuais três primeiros colocados.
Fato novo - Para o governo do RN, a entrada do senador StyvensonValentim desaloja completamente Fábio Dantas da disputa final.
O senador já apresenta na pesquisa “Exatus” do AGORA RN, o dobro de votos do seu oponente (18.4% contra 8.95%).
Um terço dos consultados optou por não ter candidato, branco, nulo ou ninguém.
O voto útil dos bolsonaristas ferrenhos poderá canalizar para Styvenson.
Com esses percentuais haveria segundo turno entre ele e Fátima .
Fátima - A governadora Fátima Bezerra mantem-se na liderança, porém caiu de 38.8% para 32.5%.
O governo é aprovado por 36.2% e desaprovado por 46.15%.
Já na rejeição, a chefe do executivo fica com 31.35%, Styvenson 11.3% e Fábio Dantas 8.25
Mudanças - A rejeição não é uma coisa imutável.
Pode um candidato crescer, durante a campanha.
Ou candidato que era rejeitado consegue convencer as pessoas do contrário.
Até eleitores “decididos” mudam de opinião.
Senado - Na disputa pelo senado, as perspectivas são mais indecifráveis: Carlos Eduardo 23%; Rogério 18.75% e Rafael Motta 9.4%.
No item rejeição, Carlos Eduardo e Rogério Marinho estão próximos, 15.2% e 12.3% respectivamente.
O fato mais expressivo é que não sabem equivalem a 23.7 % e brancos/nulos/ninguém somam 22.6%.
Vê-se o total de 46.3%, quase a metade do eleitorado, não tendo ainda definição para o senado.
Previsão - O que poderá acontecer?
A rejeição a Fátima Bezerra levaria Styvenson ao segundo turno.
Para o senado, o candidato Rafael Motta poderá ajudar a eleição de Rogério Marinho, mesmo com o desgaste de imagem do bolsonarista, em função da participação na reforma da previdência e reforma trabalhista.
Falta a Rogério um discurso consistente para ser legislador, o que é totalmente diferente de ter sido ministro de estado, por dádiva do presidente.
O eleitor teme que ele como Senador siga rigidamente a cartilha do seu ex-amigo ministro Paulo Guedes, que chegou a ser condenado na 4ª Federal Cível da Seção Judiciária da Bahia, a título de danos morais, por comparar funcionários públicos a parasitas em uma palestra na Fundação Getúlio Vargas, quando afirmou literalmente:
"O hospedeiro está morrendo, o cara virou um parasita, o dinheiro não chega no povo e ele quer aumento automático".
O ministro pediu que os funcionários públicos "não assaltem o Brasil, quando o gigante está de joelhos e eles em casa com geladeira cheia".
Divisão- Mesmo em tais circunstancias é possível que a divisão de votos na base petista eleja Rogério Marinho Senador da República
Indagação – A argúcia política admite que exista plano maquiavélico na eleição do RN para o PT “ganhar e não levar no RN” , com o aval do Palácio do Planalto..
Nesse caso, a decisão de última hora de Styvenson disputar teria sofrido influência de promessas bolsonaristas, garantindo-lhe votos para derrotar Fátima Bezerra, no segundo turno.
Igualmente, a entrada inexplicável de Rafael Mota terá sido premeditada para tirar votos de Carlos Eduardo, através de “acordo secreto” (não se sabe com quem!!!) para enfraquece-lo na disputa com Rogério Marinho, que seria o maior beneficiário.
Vitória & derrota - Trocando em miúdos, o plano maquiavélico no RN não conseguiria derrotar Lula para presidente, mas o bolsonarismo seria vitorioso no estado nas eleições majoritárias de governador e senador, com Styvenson e Rogério, respectivamente.
Maquiavel - Se realmente for verdadeira essa estratégia, terá sido aplicada a máxima de Maquiavel: “Vale mais fazer e arrepender-se, que não fazer e arrepender-se”
Álvaro Dias I– Merece aplauso o apoio do prefeito Álvaro Dias ao incansável jornalista e escritor Valério Andrade na sua luta para ressurgir o Festival de Cinema de Natal, que tanto sucesso teve no passado.
Álvaro Dias II – Justíssima a homenagem da Prefeitura de Natal ao ex-governador Geraldo Melo, já falecido, com a outorga pós mortem da Medalha Felipe Camarão.
Carta – O melhor que Bolsonaro faria era dizer, diante dos manifestos divulgados em favor da democracia: "o que for para defender democracia, eu assino".
Esvaziaria todas as tentativas de especulação, por demonstrar que "quem nâo deve não teme".
Perigo - Gesto civilizado, o encontro do Presidente, com os ministros Alexandre de Moraes e Ricardo Lewandowski do STF.
O perigo no futuro é a língua solta de Bolsonaro.
(Coluna publicada no jornal AGORA RN).