Postado às 15h40 | 19 Jun 2024
Ney Lopes
O populismo de direita está em ascensão.
É um fato e não mais uma hipótese.
Analisemos em alguns países europeus, Estados Unidos e no Brasil.
Os defensores aguerridos do Brexit (saída do Reino Unido da União Europeia) e Donald Trump, conduziram a ira pública dos cidadãos revoltados com as nações ricas que votaram no Brexit.
Tal decisão significou o Reino Unido deixar a União Europeia, onde o país participava desde 1973 e mostrar ao mundo que existe um grupo que se sente cada vez mais excluído e insatisfeito com as prerrogativas da globalização.
Um dos panfletos distribuídos pela campanha dos que apoiavam a saída dos britânicos da União Europeia estampava o texto: "se pararmos de mandar milhões toda semana para Bruxelas, poderíamos gastar o dinheiro com nossas próprias prioridades".
Os fatos atuais estão mostrando que essa ótica foi distorcida.
Recentemente, o portal britânico What UK Thinks realizou uma sondagem que mostrou, se a votação fosse hoje, 58% dos britânicos votariam pela permanência na União Europeia, contra 42% que prefeririam permanecer fora.
O populismo é quase sempre mais forte em socialdemocracias.
Reino Unido e Estados Unidos sofreram influencias populistas nas épocas de Reagan e Thatcher.
Décadas de anglo-liberalismo criaram cidades desindustrializadas, trabalhadores médios precários e uma classe empresarial pródiga e egoísta.
O populismo não pode ser tratado como um fenômeno isolado dentro de uma sociedade.
Ele existe porque pessoas muito influentes se beneficiam dele política e economicamente.
A França, onde cresce o populismo de direita, poderá ser o país menos liberal do mundo desenvolvido.
Os gastos do governo já representam bem mais de metade da produção nacional. A assistência social – prestações pecuniárias – também estão no topo da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico).
No Brasil, o populismo avança. Lula e Bolsonaro são os personagens centrais dessa onda.
No caso de Lula, ele coloca em discursos e debates partidários, a vulnerabilidade dos mais pobres, sobretudo aqueles que vivem na pobreza absoluta, mobilizando-os contra aqueles que governaram o Brasil, desde a sua descoberta.
Cabe observar, por curioso, que Lula jamais incomodou as elites atuais com suas políticas.
Muito pelo contrário, ele as beneficiou como poucos.
Quanto a Bolsonaro, ao falar do povo contra as elites é com outro entendimento.
O povo seriam os cidadãos de bem e não apenas os pobres.
Inclusive, alguns milionários podem entrar na categoria de “bem”.
Prega uma teologia política, que opõe Deus contra o Diabo. Invoca a fé e a família.
Tenta demonizar Lula, o PT e a oposição em geral.
Para estudiosos e analistas, o grande equívoco do populismo é considerar o povo “moralmente puro e plenamente unido”, o que é uma ficção.
E considerar as elites “moralmente inferiores e corruptas”, uma típica caricatura.
Populismo é na verdade alternativa política, que associa incompetências e casuísmo e, permite entrever o apocalipse e as preces de salvação como sinais de fraqueza do país.
Em resumo: o populismo se alimenta da desgraça das nações!
Cai a cada ano, em 20 de junho, o Dia Mundial do Refugiado, aprovado pela ONU.
Os direitos dos refugiados contidos na Convenção de 1951 incluem: O direito de não ser expulso, salvo em determinadas condições definidas; O direito de não ser punido por entrada ilegal no território de um Estado contratante; O direito ao trabalho; O direito à habitação; O direito à educação; O direito à ajuda pública e assistência; O direito à liberdade de religião; O direito de acesso aos tribunais; O direito à livre circulação no território; O direito a ser emitido documentos de identidade e de viagem.