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Análise política: "E agora? Como ficará 2022?"

Postado às 05h38 | 25 Mar 2021

A decisão do STF, acolhendo a suspeição do ex-juiz Sérgio Moro nos casos da Lava Jato, mexeu com a sucessão presidencial, em 2022.

Colocaram-se em combate aberto, o presidente Bolsonaro e Lula. Ambos, sempre desejaram esse confronto.

Surpresa – Como no xadrex, vence na política quem tenha a melhor estratégia e utilize todas as peças no tabuleiro, para manipular as circunstâncias e desviar-se dos ataques.

Terá surgido a chance para um “novo candidato”.

Quem poderia ser?

Análise - Não é fácil responder. Mas é possível analisar e “palpitar”. Missão dificílima a construção de um nome, que mobilize o eleitorado.

Porém é bom não esquecer que, com todas as restrições e vetos políticos, já está no tabuleiro o nome de Sérgio Moro, citado e avaliado em pesquisas. A decisão do STF não lhe torna inelegível.

Ele como ex-magistrado cumpriu o prazo para poder candidatar-se e há tempo para filiação partidária.

Avaliação – Na última pesquisa da XP Investimentos, Moro se coloca como o único capaz de ganhar Bolsonaro e Lula. Ele consegue ser combatido por bolsonaristas e lulistas, o que lhe é favorável.

Na hipótese de chegar ao segundo turno, seria o “mal menor”, embora a classe política o tenha como inconfiável.

Dificuldades – A interrogação é se Moro teria equilíbrio e vocação política para colocar-se como consistente nova opção, neste momento difícil da nação.

À primeira vista, ele parece não reunir essas qualificações, pelo estilo sisudo e autoritário.

Assim sendo, o surgimento de um “novo” voltaria à estaca zero. A consequência seria o Brasil mergulhar em 2022, no poço profundo das posições radicais e fanáticas. Mau presságio!

O amigo Jardelino Lucena

Recebi com profundo pesar a notícia da morte do amigo Jardelino de Lucena Filho, advogado, professor da UFRN e, sobretudo, um humanista.

Jamais esqueci o gesto dele nos anos 60, convidando-me para trabalhar no “Movimento de Natal”, obra memorável de D. Eugenio Sales.

O amigo Otomar Lopes Cardoso, também avalizou o convite.

Comecei como locutor e noticiarista na Rádio de Educação Rural, depois repórter e diretor de redação do jornal católico “A Ordem”.

O nosso conhecimento veio da militância na Juventude Estudantil Católica (JEC) e depois na JUC (Juventude Universitária Católica).

SAR – Jardelino foi uma das peças chaves na montagem da equipe leiga do Serviço de Assistência Rural (SAR), onde todos se uniam com sacerdotes, em mobilização pela busca da justiça social.

Desde essa época tornei-me um defensor da Doutrina Social da Igreja.

Campanha da Fraternidade – Com Jardel, como o chamávamos, e outros colegas ajudamos o nascimento da Campanha da Fraternidade, inspirada no Concílio Ecumênico Vaticano II, uma iniciativa do SAR, no ano de 1962.

A Ordem - O jornal “A Ordem”, em 1964 estampou em manchete de primeira página: “Campanha da Fraternidade realiza-se em todo o Brasil”.

Tudo começara na cidade de Nísia Floresta, com visitas fraternas durante a Semana Santa, às comunidades pobres, doações de alimentos e utensílios domésticos, incentivados por D. Eugenio Sales.

Bélgica -  Jardel frequentou vários cursos de pós-graduação e especialização na Universidade Católica de Louvain (Bélgica), tendo sido colega do Padre e Escritor João Medeiros, membro da nossa Academia de Letras.

UFRN – Jardelino honrou a cátedra que ocupou na UFRN, onde desempenhou muitas missões, em benefício da instituição. Em 1979 foi-lhe concedida a medalha do Mérito Universitário.

Que Deus receba o amigo Jardelino e conforte os seus familiares!

TEXTO PUBLICADO NO SITE DO JORNAL AGORA RN.

ACESSE:

https://bit.ly/3rmCHRu

 

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