Postado às 04h26 | 09 Abr 2024
Ney Lopes
O que se observa às vésperas das eleições municipais é um cenário polarizado entre Bolsonaro e Lula.
Convém aos dois.
Porém, há dois fatores que poderão esvaziar essa polarização: Bolsonaro enfrenta riscos de punições judiciais, com reflexos negativos no seu capital político.
Lula está perdendo esse antagonismo, com a queda da popularidade, apoios e conexões eleitorais.
A fragilização das lideranças, abriria “janelas” para os partidos e os candidatos buscarem outras “agendas”, temas e alternativas, que não seja essa agenda nacional polarizada.
Por outro lado, o futuro da política nacional será muito favorecido por não ter havido golpe em 8 de janeiro, como se propaga e infelizmente o STF aceita essa tese.
Para confirmar a inexistência de golpe, está provada publicamente a rejeição dos ex-comandantes do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, e da Aeronáutica tenente-brigadeiro Carlos Almeida Baptista Junior a qualquer tipo de insurreição, que colocasse em risco a posse do presidente eleito.
A posição firme das Forças Armadas reafirmou o valor de agregação da sociedade brasileira revelada em nossa história.
Outro exemplo foi quando Bolsonaro convocou reunião com os embaixadores contra a urna eletrônica e organizou parada militar em Brasília, no dia da votação na Câmara dos Deputados.
A sociedade respondeu, com mobilizações de mais de 1 milhão de pessoas assinando a “carta em defesa da Democracia”, incluindo até quem pensa diferente, por ter outra ideologia.
O que aconteceu no Brasil ultimamente desmente certas conclusões de vencedores do prêmio Nobel, que divulgam estudos sobre as relações entre regimes políticos e crescimento econômico.
Esses estudos têm como alicerce teórico a chamada "teoria da modernização", sendo a democracia consequência do desenvolvimento econômico.
Isto é, os países crescem, se urbanizam, aumentam a qualidade da educação e, como consequência, se democratizam.
O nosso país demonstra que a direção correta começa na democracia, vai para o crescimento, e não o contrário.
Em alguns casos há o sentimento de que a democracia não está compensando e não entrega os benefícios econômicos esperados, o que gera instabilidades, mas nunca rupturas.
O governo Lula está sendo pressionado por duas variáveis-chaves: a inflação e o desemprego.
O eleitor brasileiro é avesso à inflação causada por políticas frouxas do ponto de vista fiscal.
Essa é a razão da queda de popularidade.
Com os resultados da eleição de 2024, será possível analisar o poder de transferência de votos, tanto de Lula quanto de Bolsonaro, com olho em 2026.
Mas, afinal, como está o Brasil?
O país com mais de 5.500 municípios, média populacional em torno de 25 mil pessoas por cidade, poderá sofrer mudanças nestas eleições municipais.
Essa é a preocupação, tanto do governo quanto da oposição (mesmo com inelegibilidade de Bolsonaro), de ter um bom resultado em outubro.
Prever é impossível. Somente aguardar!
Em tempo – Registro a honra de voltar a colaborar diariamente na Tribuna do Norte.
Neste jornal, comecei em 1960, aos15 anos de idade, com a coluna “Um Fato em Foco”, liberada pelo saudoso jornalista Waldemar Araújo, dr José Gobat Alves, diretor do jornal e deputado Aluízio Alves, proprietário.
Tratarei de analisar fatos atuais, locais, nacionais e internacionals, sob o lema “informação, opinião e isenção”.
Cumprimentos ao leitor!