Postado às 09h12 | 05 Out 2020
Ney Lopes
Nas relações internacionais existe um termo que surgiu no início do século XX.
Trata-se da “geopolítica”, que nada mais é que do que a interpretação das relações de poder entre os países, considerando as vias diplomáticas e militares, além da localização geográfica. A geopolítica do oriente médio significa as análises dos conflitos permanentes entre árabes e judeus, fatos que tiveram início a partir da instauração do Estado de Israel, em 1947.
Acontecimentos recentes indicam que a rivalidade irá agravar-se. Inspirados por Trump, os governos dos Emirados Árabes Unidos e do Bahrein celebraram tratados de normalização das relações diplomáticas com Israel. Anteriormente, já mantinham relações normais com Israel, o Egito e a Jordânia.
O fato gerou protestos veementes dos Palestinos, que consideraram o acordo traição à sua causa. Os palestinos consideram que somente será possível a normalização das relações com Israel, em troca do retorno das fronteiras à situação anterior à Guerra dos Seis Dias, de 1967, ou seja, a saída dos israelenses dos territórios ocupados na Cisjordânia e com a capital da Palestina em Jerusalém Oriental.
Os palestinos temem ficarem isolados, em defesa da sua causa e admitem que outros países do Golfo Pérsico, como Omã ou mesmo a Arábia Saudita, podem, no futuro, tomar o mesmo caminho de aproximação com Israel.
Por trás dessa insatisfação dos Palestinos está o Irã, cuja maioria da população é persa. Os iranianos financiam desde 2015 uma guerra cruel e desumana do Iêmen contra a Arábia Saudita, de quem são inimigos mortais.
Os iranianos disputam a liderança do Oriente Médio e por isso apoiam todos os adversários de Israel, tais como, o governo xiita do Iraque, Catar, Hezbollah, no Líbano, Bashar al-Assad, na Síria, ao Hamas, na Faixa de Gaza e diversas milícias regionais xiitas.
Como o Irã está em plena decadência econômica, a causa Palestina é enfraquecida, por falta de aliados.
Neste contexto, a geopolítica do Oriente Médio passa por grande transformação.
É difícil prever, se no futuro próximo haverá Paz ou Guerra, no Oriente Médio.