Postado às 06h07 | 14 Jan 2024
Ney Lopes
Hoje, 14, três meses após o início do conflito entre judeus e palestinos, os civis têm suportado o peso da violência dos dois lados, com a morte de mais 23.700 pessoas em Gaza, desde o início da guerra, de acordo com o Ministério da Saúde palestino.
Mais de 60 mil ficaram feridos e milhares estão desaparecidos e são presumidos mortos.
As perdas de Israel são de 1.200 mortos. Cerca de 85% dos habitantes de Gaza foram deslocados e um quarto da população enfrenta a fome, denunciaram as Nações Unidas.
O documento de 84 páginas da África do Sul entregue ao Tribunal Internacional de Justiçaa acusa Israel de atos e omissões "de caráter genocida, pois são cometidos com a intenção específica necessária ... de destruir os palestinos em Gaza como parte do grupo nacional, racial e étnico palestino mais amplo
A acusação é que Israel está matando palestinos em Gaza em grande número.
A estimativa, além dos mortos, é de 7.780 pessoas desaparecidas, presumivelmente mortas; e 55.243 palestinos já feridos, desde 7 de outubro, muitos com queimaduras graves, amputações e sofrendo com as armas químicas utilizadas.
Um tema de política internacional, que vem dividindo opiniões..
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou apoio à denúncia apresentada pela África do Sul contra Israel em 29 de dezembro de 2023, na Corte Internacional de Justiça (CIJ).
O país africano acusa Israel de praticar um genocídio contra o povo palestino na Faixa de Gaza.
Não se justificam impulsos emocionais ou ideológicos, nascidos do radicalismo inconsequente, para apoiar a decisão do presidente Lula, ou condená-la.
O mundo está diante de uma situação delicadíssima nesta guerra entre judeus e palestinos.
O conflito entre Israel e Palestina é um dos mais antigos e complexos do mundo.
Há irradiações de apoios e rejeição em países do Oriente Médio e a exacerbação do conflito trará consequências altamente negativas para o resto do mundo.
Uma crise de abastecimento pela interdição de canais que ligam a Ásia ao Ocidente e o absoluto descontrole das economias globais, significariam verdadeiro tsunami de destruição da humanidade.
Antes de Cristo, os palestinos, descendentes dos cananeus, habitavam a Terra de Canaã.
O judaísmo é a religião monoteísta mais antiga do mundo.
De acordo com a tradição judaica, a prática religiosa teve origem quando Abraão foi ordenado por Deus para liderar o seu povo e procurar a terra prometida
O surgimento do Estado de Israel em 1948 marcou um momento crucial na história moderna da região.
Em 7 de outubro de 2023, ao menos 1.500 integrantes do grupo terrorista palestino “Hamas” romperam o bloqueio à Faixa de Gaza e infiltraram o sul de Israel, onde foram realizados massacres e sequestros.
As cenas da carnificina chocaram o mundo e provocaram uma guerra sangrenta.
Israel reagiu e partiu para o contra-ataque, que dura até hoje
Exerceu o legítimo direito de defesa.
Alegando excessos, a África do Sul tem sido altamente crítica da operação militar de Israel em Gaza.
A África do Sul pede ao Tribunal Internacional de Justiça, declaração que na sua guerra contra Gaza, Israel violou as suas obrigações ao abrigo da Convenção do Genocídio.
A matança, segundo a denúncia, envolve execuções sumárias e o extermínio de famílias inteiras nas suas casas, em abrigos, em hospitais, escolas, igrejas, mesquitas, e mesmo quando fugiam ao longo de rotas demarcadas como seguras por Israel.
Aproximadamente foram destruídos 318 locais religiosos cristãos e muçulmanos, tribunais, edifícios parlamentares, bibliotecas, terrenos agrícolas, padarias e infraestruturas de eletricidade, água e esgotos.
Israel reagiu com indignação as acusações apresentadas, descrevendo-a como “profundamente distorcida" e dizendo que a tentativa da África do Sul de fazê-lo interromper sua ofensiva contra o movimento Hamas em Gaza deixaria o país indefeso.
O pedido da África do Sul à Corte Internacional de Justiça é para Israel ser considerado violador da Convenção do Genocídio, que obriga todos os países.
A África do Sul pede que Israel seja ordenado a cessar quaisquer atos que violem essas obrigações; punir todas as pessoas que cometem, incitam, tentam ou são cúmplices do genocídio.
Diante de fatos tão controvertidos, com milhares de pessoas morrendo diariamente, o mais grave é que, caso o Tribunal determine um “cessar fogo”, poderá não ser cumprido. As grandes potencias vetariam na ONU.
Recentemente, o mesmo Tribunal emitiu ordem dizendo à Rússia para “suspender as operações militares que começou em 24 de fevereiro de 2022 no território da Ucrânia” e que qualquer apoio militar deve tomar “nenhum passo em continuar essas operações militares”.
Mas a Rússia, até hoje, não tomou conhecimento da decisão e continua com suas incursões de destruição da Ucrânia.
Uma pena que isso aconteça!
O mundo fica entregue à sua própria sorte.
Quanto a proposta da África do Sul, que o Brasil apoiou, cada internauta forme a sua própria opinião.
A minha opinião é de apoio ao rabino judeu ortodoxo Haim Sofer, que declarou:
“Estamos falando de 23 mil homens, mulheres, crianças e idosos que foram mortos. A maioria dessas pessoas que foram mortas são pessoas inocentes. A destruição em Gaza é enorme. Isso nos lembra a destruição da cidade alemã de Dresden na Segunda Guerra Mundial”.
“Meu apelo às nações do mundo não é permitir esses crimes de guerra”
"Tenho certeza de que os judeus serão recebidos de volta para viver sob a jurisdição palestino-muçulmana. Eles seriam bem-vindos para viver com eles com plenos direitos religiosos”.
Entrando na história, o rabino disse que os judeus tinham seu “melhor tempo espiritual, econômica e politicamente” quando viviam entre os muçulmanos.
O domínio muçulmano na Espanha é conhecido como uma “era de ouro” para o povo judeu, disse ele, quando eles “gosavam de direitos surpreendentes – direitos políticos, espirituais e religiosos”.
Os judeus não terão problemas coexistindo com os outros enquanto permanecerem fiéis aos ensinamentos de seu livro sagrado, a Torá, e “não tenham aspirações de assumir terras, Palestina ou outras”, disse o rabino.
Quanto à guerra em Gaza, a provocação veio do Hamas.
Israel se autodefende.
Há excessos, de um lado e de outro.
A questão a decidir, com urgência, é que vidas humanas de inocentes não podem pagar por estes excessos.
Que a opinião do rabino judeu Haim Sofer seja o caminho para a Paz!