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Análise: "Onde a pandemia cresceu e onde diminuiu"

Postado às 17h14 | 18 Set 2020

Ney Lopes

A Universidade de Tecnologia de Singapura pesquisa onde a pandemia cresceu e onde diminuiu. A América (do Norte, do Sul, Central e Caribe) lidera os casos de contaminação. Foram mais de 14 milhões de registros até setembro de 2020 e também o ranking proporcional, com mais de 354 casos contabilizados por grupo de 1 milhão de habitantes.

Nenhuma outra região do mundo foi tão atingida.

De outro lado, os países ainda sem casos de Covid 19 são Palau; Micronésia; Ilhas Marshall; Nauru; Kiribati; Ilhas Salomão; Tuvalu; Samoa; Vanuatu e Tonga. Mesmo assim, sem que uma única pessoa tenha sido infectada, o vírus deixa um rastro de destruição nesses países. Todos eles vivem basicamente do turismo e o cenário é de hotéis fechados, restaurantes vazios e lojas desativadas, com queda do PIB. A curiosidade é que os altos índices de contaminação nas Américas não atingiram o Uruguai, que continua sendo um menos afetados do mundo.

Até a primeira quinzena de agosto, apenas 1.679 pessoas diagnosticadas com a doença e 45 mortes. A OMS constatou que a façanha uruguaia se deve ao fato do país ter montado um dos mais eficientes sistemas sanitários, com investimentos baseados em consensos de todas as correntes políticas sobre a importância da saúde pública.

O Suriname, por exemplo, o menos populoso da América do Sul, teve mais registros de mortes e contaminados que o Uruguai.

O Paraguai, que tem o dobro da população do Uruguai, acumula quase dez vezes mais casos fatais que os uruguaios.

O segredo do Uruguai é inexistência de radicalização política. Os contrários se estendem, em diálogo de paz. Na última eleição, o presidente Lacalle venceu e, em seguida, trocou elogios com o seu adversário Daniel Martínez. Uma equipe de transição foi montada para não interromper o funcionamento normal da administração.

No Brasil está ainda longe das lideranças políticas fazerem o mesmo e sentarem-se numa mesma mesa para identificação de “pontos de consenso”, que construam o país do futuro.

Sem esse gesto de pacificação, tudo continuará sendo muito difícil para os brasileiros.

 

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