Postado às 07h02 | 18 Mar 2023
Ney Lopes
“Para quebrar um banco, basta um boato”, comenta William Castro Alves, estrategista-chefe da Bolsa de Valores de NY.
Esse “boato” vem perseguindo uma das instituições mais sólidas do mundo, o banco Credit Suisse..
Fundado em 1856, o Credit Suisse com sede em Zurique e é o segundo maior banco da Suíça, atrás apenas do rival UBS.
O banco soma cerca de 50,5 mil funcionários globalmente, com atuações nas áreas de banco de investimento, gestão de recursos e de patrimônio.
Em 2022, registrou um prejuízo anual no banco de aproximadamente 7,3 bilhões de francos suíços (US$ 7,9 bilhões; R$ 41,3 bilhões).
Tudo se agravou quando, em apenas um dia, (semana passada) o índice de preços da Bolsa de Londres (TSE) registrou uma perda de 75 biliões de libras.
As ações do banco suíço caíram 24,24%, cotadas a 1,70 franco suiço, na Bolsa de Zurique. Chegaram a cair 31%
Acendeu-se a luz vermelha.
O maior acionista do Credi Suisse, o banco árabe Nacional Saudita, recusou-se a injetar mais dinheiro para superar a crise.
Entretanto, confirmou-se que o Banco Central da Suíça ajudará com U$ 54 bilhões para reforçar a liquidez e a confiança dos investidores, depois que a queda nas ações intensificou os temores sobre uma crise bancária global.
O Credit Suisse é o primeiro grande banco global a receber uma ajuda emergencial, desde a crise financeira de 2008.
O fato aliviou a crise, mas não superou, ainda.
A expectativa é sobre a posição do FMI, diante do problema.
Avançará para não mostrar fraqueza, ou perder a credibilidade, dando mais um tiro no sistema financeiro, ou ficará quieto aguardando os acontecimentos?
Em relação ao Brasil, o risco é que os investidores com dinheiro na Bolsa possam “correr” para a compra de Título do Tesouro Norte Americano ou bancos que têm liquidez maior.
O Credit Suisse possui operações no mercado brasileiro, principalmente nas áreas de gestão de fortunas (wealth management e private banking) e de recursos (asset management), e de bancos de investimento, como operações de crédito, emissão de ações e títulos, abertura de capital (IPO), fusões e aquisições de empresas (M&A), corretagem e tesouraria.
Sob o aspecto do mercado, poderá afetar o nosso país o aumento de desemprego e uma possível recessão na Europa e nos EUA, reduzindo a demanda por exportações do mercado brasileiro.
Cabe observar, que os grandes bancos brasileiros têm capital sólido, liquidez e estão prontos para enfrentar crises.
Os sinais são de que o "balanço" nas finanças do Credit Suisse está sob controle.
Deus queira, que seja verdade!